São Paulo – Um mês após o governo federal anunciar a redução da alíquota do IPI, Imposto sobre Produtos Industrializados, em até 25%, sendo 18,5% para veículos, o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou na noite de quarta-feira, 24, durante evento da Abrainc, Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias, que haverá nova redução na alíquota, agora de 33% sobre o valor original.
O porcentual varia conforme o produto. Como o decreto ainda não foi publicado não se sabe como ficará o desconto incidente sobre a fabricação de veículos. Considerando que o abatimento no imposto se dê na mesma proporção que a alíquota geral, de 25% para 33%, portanto, de 8 pontos porcentuais, é razoável supor que a redução passe de 18,5% para 26,5%.
Nesta hipótese simulação realizada pela Bright Consulting a pedido de AutoData indica que o IPI poderá baixar para 5,1% a 18,3%, de acordo com a motorização e combustível, e o reflexo nos preços girar em torno de 1,7% a 5,3%.
A alíquota para automóveis movidos a gasolina ou flex, que caiu anteriormente de 7% para 5,7%, receberia diminuição adicional, chegando a 5,1%. O que, em valores, refletiria em queda de 1,7% no preço ao consumidor, em vez dos 1,2% em prática desde o início de março.
Neste exemplo um carro de R$ 100 mil que já tivesse baixado seu custo em R$ 1,2 mil estenderia esse desconto para R$ 1,7 mil, chegando a R$ 98,3 mil — supondo que o repasse ocorra de forma integral.
Para modelos até 2.0 movidos a gasolina o IPI, que já recuou de 25% para 20,3%, poderia chegar a 18,3% e, nos flex com essa mesma configuração de motor, que passou de 18% para 14,6%, poderia diminuir para 13,2%.
Desta forma o impacto final no valor de venda seria de 5,3% para unidades movidas a gasolina e de 4% às flex. Se os carros em questão, por exemplo, custam R$ 100 mil o desconto pode chegar a R$ 5,3 mil, para R$ 94,7 mil.
Fontes do setor não acreditam que o governo eleve a redução do IPI dos atuais 18,5% para 33%, fazendo com que a diminuição ocorra de forma linear nos produtos industrializados, pois isso já não foi feito da primeira vez. Elas se queixam, porém, que na demora havida da declaração do ministro Guedes à oficialização da medida as compras de 0 KM sejam postergadas.
Procurado o Ministério da Economia afirmou que ainda não há data para a publicação do decreto nem pormenores além do que Guedes já divulgou no evento. Segundo o ministro não eram feitas reduções de impostos no Brasil há quarenta anos.
A Anfavea disse que aguarda a edição do decreto oficializando a medida.