Montadoras têm aproveitado bom momento externo para suprir mercado interno
São Paulo – As exportações de veículos cresceram 32% em abril, com relação ao mesmo período do ano passado, ao contabilizar o embarque de 44,8 mil automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus. O volume também mostra avanço de 15,2% sobre março.
O “grande momento” das exportações, como classificou Márcio de Lima Leite, presidente da Anfavea, em sua primeira coletiva de imprensa na terça-feira, dia 10, se deve a movimentações com países da América Latina.
Na Colômbia, por exemplo, Leite citou que foram firmados novos acordos recentemente, o que trouxe incremento aos embarques. A Argentina, embora sofra com a instabilidade de sua economia e a valorização do dólar, o que trouxe queda em sua participação nas compras brasileiras, ainda é um importante parceiro.
E o estreitamento de relações com o Chile tem ampliado a presença brasileira naquele país, que detém o segundo maior mercado da América Latina, atrás apenas do Brasil.
Recentemente foi anunciada política em que o consumidor chileno pode utilizar sua previdência privada para adquirir veículo, o que provocou importante crescimento no setor: “Hoje o Chile se tornou mercado extremamente relevante para as indústrias que querem expandir suas exportações. Temos o desafio de crescer naquele mercado e temos plenas condições, pois nossos produtos são competitivos em termos de qualidade e tecnologia”.
No quadrimestre, foram enviadas a outros países 153 mil unidades, expansão de 17,9% na comparação com o mesmo intervalo em 2021, quando 130 mil veículos haviam sido embarcados. O montante também supera o dos acumulados de 2020, com 96 mil unidades, e o de 2019, com 145 mil.
“As exportações são fundamentais para a nossa indústria, ainda mais nesse momento em que vivemos maior restrição do consumo interno e que é preciso focar o mercado internacional. Temos boa perspectiva para trabalhar o custo Brasil, melhorar nossa competitividade e aumentar os embarques.”
Márcio de Lima Leite
Quanto aos valores, o comércio exterior rendeu US$ 802,8 milhões em abril, queda de 5% ante março, mas incremento de 24,5% frente ao quarto mês do ano passado. No quadrimestre a soma é de US$ 2,9 bilhões, 23,5% mais do que no acumulado de 2021, com US$ 2,4 bilhões. A cifra supera também a de janeiro a abril de 2020, de US$ 1,6 bilhão e a do mesmo período em 2019, de US$ 2,3 bilhões.