São Paulo — A descarbonização da indústria automotiva nacional e global é um ponto sobre o qual todas as empresas do setor tem depositado esforços para avançar e, no caso da Toyota, o que importa é avançar contra o carbono, independentemente da rota que cada país adotará e a motorização escolhida, opinião que lhe rendeu algumas críticas globais por uma possível demora na adoção dos veículos elétricos:
“Nosso foco está em tecnologias que reduzam os impactos ao meio ambiente, ao mesmo tempo em que sejam economicamente viáveis. Veículo de combustão interna não é o inimigo, mas sim o carbono”.
Foram essas palavras de Masahiro Inoue, CEO da Toyota para América Latina e Caribe, durante o terceiro Encontro da Indústria de Autopeças, realizado pelo Sindipeças, na segunda-feira, 20.
Ao acreditar em diversos caminhos para chegar até a descarbonização em meados de 2035 a Toyota trabalha em algumas soluções principais, como o híbrido flex, desenvolvido no Brasil e considerado a grande aposta da empresa para um futuro mais limpo na região. Inoue lembrou que o etanol, produzido no Brasil a partir da cana-de-açúcar, tem um ciclo quase todo amigável ao meio ambiente:
“O etanol é um combustível renovável maravilhoso, e podemos mostrar ao mundo que essa tecnologia é uma opção para a descarbonização. Precisamos avançar para outros mercados da região, assim como para outros continentes, como demonstram os estudos que a Índia está realizando”.
Mesmo considerando o combustível maravilhoso Inoue disse que o Brasil precisa avançar em alguns pontos, caso da distribuição do etanol, que acontece por meio de caminhões, que utilizam muito diesel durante o transporte.
O avanço do híbrido flex para outros países e continentes ajudará na redução dos custos de produção, aumentando a escala produtiva da Toyota, que desenvolveu e produz no Brasil dois modelos híbridos flex, o Corolla e o Corolla Cross.
Para um futuro livre de carbono a Toyota também olha para suas fábricas, nas quais quer obter neutralidade até 2035, de olho, também, nos seus 198 fornecedores locais, para que eles trabalhem nesse sentido e consigam neutralizar suas operações.
Em mercados como China, Europa e Estados Unidos a Toyota acredita que outras tecnologias poderão ser viáveis, e por isto trabalha para ampliar sua oferta de veículos elétricos, híbridos, híbridos plug-in e movidos a célula de hidrogênio, dispondo de veículos com todas essas motorizações.
Para esses mercados a Toyota também pontuou alguns itens que precisam avançar, caso da geração de energia, pois não adianta usar um veículo elétrico abastecido com energia elétrica de fonte não renovável.