São Paulo — A Mercedes-Benz reduzirá pela metade sua produção em São Bernardo do Campo, SP, durante a primeira quinzena de julho por falta de peças e componentes para os caminhões e chassis lá produzidos. Ao longo de dez dias, da segunda-feira, 4 à sexta-feira, 15, serão concedidas licenças remuneradas e folgas coletivas com desconto no banco de horas para parte dos 6 mil colaboradores da linha de produção.
Previstas em acordo coletivo negociado entre a montadora e o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, as ferramentas, acionadas em momentos de emergência para balizar o volume reduzido e a mão de obra ociosa, serão utilizadas de forma alternada nos turnos produtivos.
Segundo a Mercedes-Benz, a decisão é parte da estratégia para o enfrentamento dos desafios impostos pela crise global de abastecimento de peças, em especial de semicondutores.
“Em virtude de problemas no abastecimento de peças, a Mercedes-Benz está ajustando seu cronograma de produção de caminhões, ônibus e agregados, como câmbios, motores e eixos, na fábrica de São Bernardo do Campo.”
Fortemente afetada pela escassez de chips, a montadora já adotou algumas paradas na linha neste início de ano, a exemplo de duas turmas de seiscentos trabalhadores cada, por doze dias de março a abril, e em maio deixou 5,6 mil funcionários em casa por quinze dias.
Entretanto, na volta dessa última parada, anunciou a contratação de 350 profissionais temporários para reforçar o chão de fábrica e recuperar o ritmo de produção. Os profissionais temporários ficarão na fábrica do ABC de julho a dezembro de 2022. A fábrica da Mercedes-Benz em São Bernardo soma quase 9 mil empregados.