São Paulo – Por trás do forte desempenho do mercado em agosto, quando 208,5 mil automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus foram emplacados, de acordo com dados que a Fenabrave divulgou na sexta-feira, 2, está o principal cliente das montadoras brasileiras: as locadoras de veículos. Foram elas que colaboraram para o crescimento de 20,7% sobre agosto do ano passado e de 14,6% sobre julho, segundo a Bright Consulting.
O mercado de leves registrou 194,1 mil licenciamentos, também o melhor resultado mensal do ano, e crescimento de 22,5% sobre agosto de 2021 e de 14,8% sobre julho. Deste volume 53% foram vendas diretas, também novo recorde para o setor. E a Bright calcula que 34% a 35% do total das vendas de leves foram licenciamentos para as locadoras de veículos, que estão em movimento de recomposição de estoque.
Fonte do varejo já vem há semanas afirmando à reportagem da Agência AutoData que o movimento nas concessionárias diminuiu e que quem vem sustentando o aumento de emplacamentos são as locadoras. A Abla, que representa o setor, reclama de vendas represadas há meses, pois as montadoras estavam direcionando a produção, reduzida e prejudicada pela crise dos chips, preferencialmente para o varejo.
Para o presidente da Fenabrave, José Maurício Andreta Júnior, o mercado está atingindo o equilíbrio da oferta com a demanda: “A crise de abastecimento arrefeceu um pouco e já não impede que o consumidor encontre o modelo desejado, salvo alguns casos pontuais. Os números refletem esse cenário”.
A Bright estima que este movimento de maior apetite das locadoras deverá continuar nos próximos meses. No mês passado o presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, justificou o direcionamento às locadoras pelo aumento dos juros ao consumidor final.
Mais resultado – De janeiro a agosto o mercado total registrou queda de 8% na comparação com o mesmo período do ano passado, com 1,3 milhão de veículos vendidos. Em leves a queda foi um pouco maior, de 8,5%, somando 1,2 milhão de unidades.
A Fenabrave mantém sua projeção de empate com 2021, embora seu presidente tenha uma opinião, pessoal, de que o mercado possa crescer 4,4%, conforme a entidade estimou no início do ano.