São Paulo – A expectativa da AEA, Associação Brasileira de Engenharia Automotiva, uma das principais provedoras de soluções e alternativas técnicas para o governo a respeito de demandas do setor, é a de que ainda no primeiro semestre sejam definidas e divulgadas as novas metas e prazos da segunda fase do Rota 2030. A primeira etapa foi encerrada no ano passado e todas as fabricantes de veículos atingiram as metas de eficiência energética e de segurança, traçadas em 2018.
Segundo o novo presidente da associação, Marcus Vinícius Aguiar, a entidade vem dando sua contribuição técnica para o desenvolvimento da nova fase da política industrial automotiva nacional. Ele ouviu de interlocutores do governo que a intenção é ter tudo pronto até o fim do primeiro ou no começo do segundo trimestre.
A eficiência energética será um dos principais focos de sua gestão, com vigência de dois anos. Outros temas relatados por Aguiar foram eletrificação e aproximação com a imprensa, para ajudar a divulgar e desmistificar as tecnologias automotivas, além de seguir com demandas em vigor.
A entidade recém fechou parceria com a Senatran, Secretaria Nacional de Trânsito, para fornecer consultoria técnica para as decisões que envolvem a indústria. Acordo parecido está para ser concretizado junto ao Ibama, segundo o executivo, que também é diretor de relações institucionais da Renault.
“Para isso criamos grupos de trabalho específicos para dar suporte a estes órgãos. Fazemos o mesmo com as demandas do governo: sempre que chegam buscamos criar um GT dedicado àquele pedido.”
Um dos assuntos nos quais a AEA deverá se envolver nas primeiras semanas da nova gestão é a nova metodologia de medição da autonomia dos veículos elétricos, definida pelo Inmetro. No começo do ano o órgão divulgou regras que reduzem em cerca de 30% a autonomia comparado com as métricas utilizadas pelas montadoras, com base em regulações da Europa e Estados Unidos.
“A indústria foi pega de surpresa com esta decisão. A autonomia oficial é do Inmetro, este número que devemos usar nos veículos vendidos no mercado local, mas precisamos primeiro entender o que levou o órgão a adotar esta metodologia e depois, se for cabível, propor alternativas”.
A AEA possui mais de oitenta associados corporativos, como fabricantes de veículos, fornecedores diretos e indiretos da indústria e universidades, além de em torno de cinquenta sócios individuais.