Primeira operação da empresa fora da Europa deu início à expansão acelerada da indústria de veículos no País
Poucas marcas participaram tanto do imaginário e do cotidiano dos brasileiros como a Volkswagen nos seus últimos 70 anos, completados neste março, em trajetória que se confunde com a própria história da indústria automotiva e da motorização do País. Pode-se cravar que esta tornou-se a mais brasileira das muitas empresas alemãs que se instalaram aqui, a partir dos anos 1950, para integrar a nascente produção nacional de veículos.
“A Volkswagen tem importância histórica para o Brasil e está presente na vida, no coração e na garagem dos brasileiros há 70 anos”, resume Ciro Possobom, presidente da operação brasileira, ele mesmo um novato que completa seu quarto ano na empresa, mas que, como todo brasileiro, conhece bem o peso histórico da corporação. “Não é pouca coisa.”
Construídos sobre a mesma base mecânica, os espartanos e robustos Fusca e Kombi tornaram-se conhecidos dos brasileiros já a partir de 1950, quando começaram a ser importados pelo Grupo Brasmotor, que por três anos também montou sob licença perto de 2 mil unidades de ambos os modelos, até que a Volkswagen decidiu abrir no Brasil sua primeira operação própria fora da Europa, após negociações com o segundo governo de Getúlio Vargas que tornaram viável a sociedade com o grupo brasileiro Monteiro Aranha, que detinha participação minoritária de 20% do negócio – vendida nos anos 1980.
Em 23 de março de 1953, em um singelo galpão no bairro do Ipiranga, antigo reduto industrial da cidade de São Paulo com apenas doze funcionários que montavam poucas unidades por dia do Sedan 1200 [o Fusca] e da Kombi com partes importadas da Alemanha, a Volkswagen deu início à sua jornada de ascensão meteórica no País.
Com preços mais acessíveis, e robustez à prova das vias subdesenvolvidas do País, os modelos logo conquistaram os brasileiros. Poucos anos à frente a Volkswagen investiu em sua primeira fábrica completa fora da Alemanha e subiu ao posto de maior fabricante do País. Sete décadas depois da inauguração da modesta linha de montagem no Ipiranga a empresa soma quatro fábricas em operação, quase 13 mil empregados e 25 milhões de carros já produzidos, 4,2 milhões deles exportados daqui para mais de quarenta países em cinco continentes.
Esta reportagem especial foi publicada na edição 397 da revista AutoData, de março de 2023. Para ler a íntegra clique aqui ou na imagem abaixo.