Em quase oito anos de operação setor puxa crescimento acelerado do PIB industrial no Estado
Muito se questiona sobre a necessidade e efetividade dos generosos incentivos concedidos à indústria automotiva desde a primeira onda de investimentos do setor no País, ainda no fim dos anos 1950. O Regime Automotivo, de 1995 – e seu recorte regional para o Nordeste, de 1997 – trouxe novos aportes bilionários e mais que triplicaram o número de fabricantes no Brasil, contudo a opacidade de seus concedentes públicos e beneficiários privados deixam desconfianças quanto à real contribuição que essas empresas trouxeram ao desenvolvimento nacional.
No caso do mais novo polo automotivo regional, em Pernambuco, devidamente estimulado por benefícios tributários federais e estaduais, os livros abertos mostram que a renúncia fiscal garantiu, de fato, a rápida aceleração do PIB industrial do Estado e, o que é mais relevante, acompanhada de importante evolução social.
Puxado pela Fiat – FCA a partir de 2014 e Grupo Stellantis desde 2021 – que em 2011 decidiu instalar complexo industrial em Goiana, PE, com investimentos de R$ 11,2 bilhões e mais de R$ 1 bilhão vindos de fornecedores que se instalaram na mesma fábrica, o setor automotivo decolou para voos altos em Pernambuco, que já conta com cinquenta empresas fornecedoras de peças, sistemas e serviços.
O professor e economista Jorge Jatobá, especialista em políticas públicas e diretor da consultoria Ceplan, foi um dos coordenadores de recente estudo a respeito dos impactos da Stellantis e seus fornecedores na economia de Pernambuco. Ele afirma que o empreendimento atingiu os resultados esperados muito antes do esperado: “Em apenas três anos a fábrica de Goiana atingiu capacidade máxima de mais de 240 mil carros ano e atraiu uma base de fornecedores importante, é um sucesso raro de acontecer em tão pouco tempo em um local que não tinha tradição industrial automotiva”.
Nos seis primeiros anos de operação da fábrica Jeep, inaugurada em abril de 2015, foram produzidos mais de 1 milhão de SUVs Renegade, Compass e Commander, além da picape Fiat Toro – todos modelos na faixa de alto valor agregado – e 123 mil deles foram exportados, o equivalente a pouco mais de 10% da produção e da exportação de veículos do País no período.
Reportagem publicada na revista AutoData 395, de dezembro de 2022. Para continuar lendo clique aqui ou na imagem abaixo.