São Paulo – Em novembro, na próxima reunião do CNDI, Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial, deverá ser aprovada a nova política industrial e seus instrumentos, segundo o MDIC, Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. Ela será “de caráter inovador, sustentável e socialmente inclusiva”.
“Meu governo não tem tempo a perder. Não voltei a governar este País para fazer o mesmo que já fiz”, disse o presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Agência Brasil. “A gente voltou para tentar fazer as coisas diferentes. E fazer a revolução industrial nesse país, pra gente ser competitivo de verdade. A hora é agora. Da parte do governo serão três anos e meio em que ninguém vai poder se queixar que o governo está atrapalhando.”
O setor receberá, nos próximos quatro anos, injeção inicial de R$ 106,2 bilhões para estimular o desenvolvimento em áreas consideradas estratégicas para o País. O anúncio foi feito pelo vice-presidente e ministro do MDIC, Geraldo Alckmin, durante a reunião do Conselho, que retornou após sete anos. A Anfavea, representada pelo seu presidente Márcio de Lima Leite, integra o CDNI.
De acordo com o ministério a maior parte do valor será liberada por meio de linhas de crédito ou financiamento, mas também há fundos de apoio à inovação. O BNDES será responsável por R$ 65,1 bilhões dos recursos, prioritariamente para financiamento de projetos de inovação e digitalização e produção de bens nacionais para a exportação.
Pela Finep outros R$ 40,7 bilhões serão aplicados em pesquisa e desenvolvimento a empresas brasileiras. A Emprapii também terá recursos, para apoio às instituições de pesquisa tecnológica.
Nos próximos meses o CNDI trabalhará – dividido em grupos que têm como objetivo dialogar com os diversos segmentos da indústria – em missões derivadas de problemas sociais e de desenvolvimento do Brasil. O governo elencou alguns:
– ampliação do acesso à saúde
– infraestrutura, moradia, saneamento e mobilidade sustentáveis
– tecnologias de interesse para soberania e defesas nacionais
– empresas competitivas em tecnologias digitais
– descarbonização da economia e ampliação de cadeias associadas à transição energética e à bioeconomia
Brasil Mais Produtivo
Alckmin anunciou também investimentos de R$ 1,5 bilhão na transformação tecnológica de pequenas e médias indústrias, para entrar na era das fábricas inteligentes. O aporte integra a nova fase do programa Brasil Mais Produtivo, coordenado pelo MDIC em parceria com a ABDI, Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial, Sebrae e Senai. Os recursos virão do BNDES, Finep, Sebrae, Senai e do próprio ministério, em quatro etapas, de 2023 a 2026. A ideia é atender a mais de 290 mil micros, pequenas e médias empresas.