São Paulo – A produção de veículos eletrificados em fábricas brasileiras faz parte do próximo ciclo de investimentos a ser anunciado pela General Motors, provavelmente no ano que vem, conforme antecipou seu vice-presidente de comunicação e relações governamentais, Fábio Rua, no Congresso AutoData Perspectivas 2024. Modelos 100% elétricos integrarão o plano, segundo disse o executivo a jornalistas na quarta-feira, 29, em evento no qual a companhia apresentou suas iniciativas socioambientais.
Embora a GM agora admita a possibilidade de, durante a transição para o 100% elétrico, adotar modelos híbridos no mercado brasileiro, Rua disse que “o futuro será inequivocamente elétrico. A partir de 2035 não sairão mais veículos a combustão das fábricas da GM, em todo o mundo”. Acrescentou, ainda, a respeito de um possível desenvolvimento local de modelos com tecnologia híbrida, que “embora não esteja anunciado, não quer dizer que não esteja sendo analisado dentro da empresa”, dando a entender que já há trabalho neste sentido.
A GM espera a divulgação do Mover, a nova etapa do Rota 2030, para pormenorizar seu planejamento. Rua disse esperar alíquota de tributos menores para modelos com emissão de CO2 mais baixas, uma política de descarbonização do governo federal: “Não quero falar que seriam incentivos, mas um tratamento diferenciado para o governo apoiar o crescimento destas tecnologias mais limpas”.
Na análise de Rua a chegada de fabricantes com sede na China, GWM e BYD, ajudou a acelerar o processo de eletrificação do mercado nacional. Ele calcula que quando os elétricos alcançarem 5% do mercado as vendas crescerão de forma mais acelerada: “Contrariando todos os prognósticos isso ocorrerá rapidamente. Seria ainda mais rápido caso a alíquota de importação [dos eletrificados] não fosse recomposta, porque o consumidor quer o carro elétrico. E quem manda é o consumidor”.
No evento o executivo apresentou alguns projetos socioambientais dos quais a GM é apoiadora, no Pantanal, na Amazônia e no Paraná. Segundo Rua a companhia, por comercializar produtos que contribuem com a emissão de CO2, tem uma dívida com a sociedade e precisa se posicionar com força no processo de descarbonização.
Rua adiantou também que a GM mantém conversas com o governo para ser uma das protagonistas da COP30, Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, que será realizada em Belém, PA, em 2025. A ideia, segundo ele, é ser uma das fornecedoras de carros elétricos para a mobilidade durante o evento, dentre outras ações: “Em 2025 a GM fará 100 anos de Brasil. Estamos programando muitas coisas para o centenário”.