São Paulo – A Stellantis produzirá em sua unidade de Córdoba, Argentina, dois novos modelos a partir de uma nova plataforma ainda não utilizada na região. Emanuele Cappellano, presidente da Stellantis na América do Sul, esteve com seus funcionários na fábrica argentina para anunciar o investimento de US$ 385 milhões, justamente os R$ 2 bilhões adicionais ao plano de R$ 30 bilhões que se transformou em R$ 32 bilhões para a região de 2025 a 2030.
“Viemos até aqui para fazer, na realidade, vários anúncios: novos produtos, que serão fabricados já no ano que vem, uma fábrica de motores e a instalação do fornecedor Suramericana em Córdoba”.
O presidente da Stellantis ainda comemorou que haverá novas contratações, das quais 50% serão mulheres. Hoje a unidade de Córdoba emprega 1,1 mil funcionários para a produção do Fiat Cronos, o sedã compacto mais vendido na Argentina, que também é exportado para o Brasil. Segundo o executivo naturalmente será ampliada a capacidade de 162 mil unidades ao ano com o novo ciclo de investimentos.
Sobre a nova família de veículos e a produção de motores a combustão Capellano afirmou que em breve haverá novidades sobre esses novos projetos que serão exportados para outros mercados além da América do Sul e, no caso do motor “claramente será utilizado também em nossa produção no Brasil e, além disso, já está preparado para receber novas tecnologias”.
A Suramericana, que será incorporada à rede de provedores da produção de Córdoba, é uma empresa argentina adquirida pela Stellantis há um ano e meio e que fornece vários componentes como chicotes, peças plásticas injetadas e taque de combustíveis.
Além do investimento em Córdoba Cappellano fez um breve balanço sobre o desempenho da companhia, ressaltando a liderança nos mercados do Brasil [29,8% de participação nos licenciamentos] e da Argentina [também 29,8% de market share], além do primeiro lugar no Uruguai e segunda posição no Chile, o que garante 23,1% das vendas totais na América do Sul somadas todas as marcas da Stellantis.
Sobre o lucro operacional ajustado de € 1,1bilhão, no primeiro semestre, alta de 7,7% sobre igual período do ano anterior, Cappellano afirmou que os volumes negociados foram muito parecidos em 2023 e 2024, mas que o resultado poderia ser ainda mais positivo porque “de fato fomos impactados em parte pela greve do Ibama e o acontecimento do Rio Grande do Sul, mas também a redução do mercado argentino na primeira parte do ano. Mesmo assim, ficamos muito próximos em termos de volume absoluto”.
A expectativa segue positiva para os próximos meses diante dos bons resultados no Brasil e na Argentina: “Para o segundo semestre, por enquanto, considerando o que nós fizemos em agosto, estamos vendo um mercado que continua impulsionando um certo crescimento no Brasil, uma retomada na Argentina. Então eu diria que não estamos esperando reduções de volume no curto prazo. Sabemos que há volatidade a todo o momento, as coisas podem mudar, mas por enquanto o mercado na região tem uma performance em linha com o esperado”.
Até o final do ano a Stellantis pretende lançar o Citroën Basalt, feito em Porto Real, RJ, e outros três modelos, dentre os quais dois com a plataforma Bio Hybrid, ou seja, modelos com a tecnologia híbrido flex. “Já estamos produzindo esses novos Bio Hybrid, e passamos agora para a fase de validação da produção e do produto”.
O último modelo a ser lançado este ano no Brasil será um veículo importado, que Cappellano deixou escapar, no fim da entrevista coletiva,“provavelmente a nova RAM 1500”.