Linha 2025 tem duas versões com motor a gasolina de 272 cv e redução de preço sugerido que pode chegar a R$ 40 mil
Punta del Este, Uruguai – Assim como o Compass o Jeep Commander 2025 recebeu algumas modificações para melhorar o desempenho de vendas, que vem caindo nos últimos anos por causa do aumento da concorrência mas, sobretudo, porque desde 2021, quando chegou ao mercado, poucas novidades foram introduzidas ao portfólio. E está aí, na linha ofertada, a maior mudança: chegam duas versões com motor Hurricane a gasolina, uma de entrada com cinco lugares e a topo de linha Blackhawk. Outra novidade foi ampliada para todos os modelos da Jeep: garantia de cinco anos.
Segundo Hugo Domingues, vice-presidente da Stellantis responsável pela Jeep na América do Sul, a linha 2025 do Commander terá redução de preços que varia de R$ 15 mil a R$ 40 mil dependendo da versão – veja tabela. No entanto, algumas concessionárias consultadas pela reportagem, e que pediram para não revelar suas identidades, disseram que ainda há muitas unidades do Commander 2024 no estoque. Desta forma, neste primeiro momento as revendas concentrarão os esforços para esvaziar o pátio dos modelos do ano passado.
Mesmo assim será difícil evitar que o consumidor-família que também busca desempenho em um SUV de sete lugares deixe de olhar com interesse para as duas versões do Commander com o mesmo motor utilizado na picape Ram Rampage. O Hurricane 2.0 com injeção direta de gasolina e turboalimentado, com seus 272 cavalos e 400 Nm de torque, faz o Commander acelerar de 0 a 100 km/h em apenas 7 segundos e atingir a velocidade máxima de 220 km/h, segundo medições do fabricante.
O Jeep para a família segue a mesma tendência do Compass e de outros modelos nacionais: oferecer desempenho esportivo em um SUV. A Fiat – também do Grupo Stellantis – já coloca sua marca esportiva Abarth no Pulse e no Fastback, enquanto a Volkswagen prepara para este ano opções do Nivus e de outros modelos com a preparação esportiva GTS.
Outras novidades da linha 2025 são a atualização do sistema ADAS, de assistência ao motorista. Essa é uma das boas notícias tanto do Commander quanto do Compass, pois a geração anterior da tecnologia realizava as operações automáticas de frenagem ou aceleração e até a manutenção na faixa de rodagem de forma mais brusca.
O ADAS de segunda geração atua de maneira bem mais suave e precisa, o que já era esperado. Além disso, rodando pelas estradas ao redor de Punta del Este, no Uruguai, o comportamento dinâmico do Commander surpreendeu. Com pouco mais de 4 metros e entre-eixos de 2 metros 326 centímetros o SUV se comportou muito bem durante uma condução um pouco mais esportiva. O motor Hurricane com seus 272 cavalos parece não se esforçar para carregar as 1,7 toneladas do SUVão.
Sobretudo em retomadas, o comportamento é semelhante ao de um modelo muito mais leve e ágil. As frenagens também são mais eficientes por causa do trabalho da engenharia na adoção de nova bomba de vácuo, pinças e discos redimensionados. A impressão da reportagem é que o Commander ficou ainda mais gostoso de dirigir do que o Compass.
Mas o consumo ficou abaixo do divulgado pela Jeep. De 8,3 km/l apontados na ficha técnica, durante a viagem de pouco mais de 70 quilômetros o computador de bordo acusou o consumo de 7,9 km para cada litro de gasolina pura uruguaia com 95 octanas. Utilizando a gasolina brasileira misturada com etanol o consumo deve ser sensivelmente maior.
Dentre os itens de conforto e tecnologia obrigatórios em um produto que custa de R$ 200 mil a mais de R$ 300 mil destacam-se o banco do motorista com memória de posição, Wi-Fi e assistente pessoal Alexa integrados de série a partir da versão Limited. Além disso, está presente lista de itens de comodidade, como assentos frontais com ajuste elétrico, porta-malas com acionamento por botão e hands-free, som premium Harman Kardon, central multimídia de 10,1” e quadro de instrumentos de 10,25” full digital, novidade para todas as versões.
Por fora a maior novidade é a grade frontal que passa a ostentar aletas no lugar das colmeias da geração anterior. Além de um novo pneu mais resistente e versátil e rodas com novos desenhos para cada uma das versões.
Com todo esse pacote a Jeep espera posicionar melhor o Commander no segmento de SUVs familiares. Desde 2022 quando foi o 11º SUV mais vendido do País a participação vem caindo. Em 2023 caiu para a 13ª posição e este ano, até março, o Commander é o 17º SUV do mercado nacional.