Novos cavalos mecânicos com autonomia de até 650 km aumentam número de aplicações e podem ser utilizados pelo agronegócio
São Bernardo do Campo, SP – Com o lançamento de mais dois novos integrantes de 420 cv e 460 cv de sua família de caminhões movidos a gás natural ou biometano, a Scania amplia de menos de dez para mais de trinta as configurações possíveis dos modelos, aumentando assim o potencial de vendas da sua alternativa ao diesel no País.
Os caminhões a gás da Scania já cumprem com uma série de equivalências necessárias em relação aos veículos a diesel que tornam a compra mais atraente: preços similares de aquisição, gastos equivalentes com combustível, intervalos e custos de manutenção parecidos, capacidade de carga parecida, desempenho igual e autonomia suficiente para percorrer toda a região litorânea do País do Sul ao Nordeste, algo como de Porto Alegre, RS, até Fortaleza, CE, em percurso que já conta com postos de abastecimento.
Agora a expectativa é que seja expandida a capilaridade dos postos de abastecimento de gás para o Interior do País, principalmente para o Mato Grosso, para atender parte significativa do agronegócio brasileiro, setor que é o maior comprador de caminhões pesados e responde por quase metade das vendas da Scania no mercado brasileiro.
Mais gás para o agro
De olho no potencial do agronegócio, na próxima Agrishow, de 29 de abril a 3 de maio, em Ribeirão Preto, SP, a Scania apresentará ao público pela primeira vez o mais novo integrante de sua família a gás, o mais potente deles, o cavalo mecânico X-Gás GH 460 com tração 6×4, que com seus dez cilindros de gás comprimido tem autonomia para percorrer até 650 km antes de precisar reabastecer – um avanço significativo em relação aos 400 a 500 km das versões de 280 e 340 cavalos que já estavam no mercado.
Para projetar os novos cavalos mecânicos a gás a Scania se valeu de configurações que já tinha no portfólio a diesel que atende aplicações do agronegócio. Por isso espera que os caminhões com combustível gasoso entrem rapidamente na lista de compras do setor, ao menos nas regiões que contam com postos de abastecimento. A versão de 420 cv 6×2 pode puxar carretas de quatro eixos e bitrens de sete eixos, para o transporte de cana, soja, milho e outros. A versão de 460 cv 6×4, com mais potência e torque, poderá tracionar rodotrens de nove eixos para transportar cargas de até 58 toneladas.
Marcelo Gallao, diretor de desenvolvimento de negócios da Scania Operações Comerciais Brasil, aponta várias possibilidades: “As soluções a gás natural e biometano têm enorme potencial na cadeia sucroalcooleira e do agronegócio. Os clientes vão poder utilizar nossa solução em novos fretes e operações”.
Nesse sentido, em breve, deve ser acrescentada à família a gás uma versão fora-de-estrada do GH 460, para operar principalmente na colheita de cana, em ambiente no qual pode ser abastecido com biometano produzido pelas próprias usinas de açúcar e etanol.
Segundo explica Gallao a nova legislação brasileira de transporte de cargas permitiu o encurtamento do entre-eixos dos novos cavalos mecânicos a gás, o que tornou possível acoplar carretas mais longas, com capacidade para transportar até trinta pallets.
Os novos X-Gás já podem ser encomendados– os preços giram em torno de R$ 1 milhão, dependendo da configuração – e as entregas começam no segundo semestre. O primeiro negócio, de vinte unidades do GH 460 6×2, já foi fechado com a Logás, de Minas Gerais, uma distribuidora de gás que atende mais de quarenta indústrias onde não há gasoduto.
Família mais completa
As duas novas versões X-Gás, com motor ciclo otto de 13 litros e 420 ou 460 cv, estão disponíveis com tração 4×2, 6×2 e a estreante 6×4. Ambas usam a caixa de câmbio automatizada G25 de doze marchas com overdrive, que foi adaptada da linha diesel Super para o motor a gás ciclo otto, o que segundo a Scania garante trocas de marchas mais suaves e rápidas, reduzindo em até 5% o consumo de combustível em comparação com o motor de 410 cv, que está saindo de linha.
Os cavalos mecânicos podem ser abastecidos com até 300 m3 de gás, que preenchem oito cilindros nas laterais e dois maiores na traseira da cabine – arranjo que a Scania chama de “mochilão”. Para compensar o peso maior dos cilindros extras que garantem autonomia maior sem perda de capacidade de carga, a Scania utiliza a cabine-leito G com teto alto, que tem as mesmas configurações da topo de linha R, mas com peso menor.
Com o lançamento da versão de 420 cv a Scania tirou de linha o motor de 410 cv. Todas as outras opções a gás foram mantidas, começando pelo chassi-cabine P 280 cavalos com motor de 9 litros, que pode ser configurado com tração 4×2, 6×2 ou 6×4. O modelo tem configurações para armazenar 226 ou 182 m3 de gás, com autonomia de 400 a 500km.
Já o modelo a gás de 340 cavalos tem a mesma capacidade de gás e autonomia, também usa o motor de 9 litros, mais pode ser configurado com as cabines P ou G na versão 4×2.