Presidente Márcio de Lima Leite alertou para o prejuízo que as paralisações ocasionam na competitividade da indústria local
São Paulo – A indústria automotiva brasileira produziu 166,7 mil veículos em maio, resultado 26,8% inferior ao do mesmo mês do ano passado e 24,9% abaixo do registrado em abril, segundo divulgou a Anfavea na sexta-feira, 7. Foi o pior resultado para o mês desde 2020, quando o ritmo das linhas de montagem foi reduzido por causa da pandemia.
Para o presidente Márcio de Lima Leite duas razões derrubaram a produção do mês passado: as enchentes no Rio Grande do Sul e as paralisações. O primeiro fator, segundo ele, é uma “tragédia, calamidade e o aspecto humanitário tem que ser colocado à frente das questões de mercado”.
“É falta de competitividade na veia. Essas paralisações, segundo nossas contas, retiraram 28 mil veículos das linhas de montagem no mês passado. É custo Brasil”.
As projeções da Anfavea indicavam para maio a produção de 209,7 mil veículos, 43 mil a mais do que os que realmente saíram das linhas de montagem. Além dos 28 mil que não foram produzidos pela greve a entidade calcula que outros 12 mil deixaram de ser produzidos em decorrência dos efeitos que as enchentes no Rio Grande do Sul causaram em fornecedores, ao setor logístico e em montadoras que precisaram parar as linhas, como Volkswagen e General Motors. O volume restante foi devido a outras razões, disse Lima Leite sem entrar em pormenores.
O saldo acumulado de janeiro a maio ficou negativo em 1,7% diante do resultado do mesmo período no ano passado, com 926,8 mil veículos produzidos em fábricas brasileiras. Quem puxou para baixo foi o segmento de automóveis e comerciais leves, com produção 3,6% menor, 862,7 mil unidades.
O fato positivo vem da geração de empregos, já estimulada, segundo o presidente da Anfavea, pelos mais de R$ 120 bilhões em investimentos anunciados pela indústria: desde dezembro foram efetivadas 4,4 mil contratações pelas montadoras. Só em maio foram 1,3 mil postos de trabalho criados. No total a indústria de veículos emprega 103,3 mil pessoas.