São Paulo — A Stellantis posicionou-se contra a proposta da Acea, a representante das montadoras europeias, de solicitar à Comissão Europeia o uso de regulamentação de emergência para adiar a nova meta de emissões de CO2 para as fabricantes de veículos em dois anos.
Em reportagem da agência Bloomberg, que replica entrevista do CEO Carlos Tavares para a agência France Presse, o executivo afirmou que “seria surreal mudar as regras agora”, e que a fabricante preparou os veículos elétricos e criou os meios para vendê-los reduzindo custos e enfrentando a concorrência de fabricantes chinesas e da Tesla. Desde 2022 a Stellantis não integra a Acea.
Indignado, disse que “todo mundo já sabia das regras há muito tempo e teve tempo de se preparar. Então, agora, é hora de fazer uma corrida.”
As regras da UE visam emissões gerais de CO2 da frota de cerca de 95 gramas por km em 2025, abaixo dos 106,6 g/km em 2023. Para atingir a meta as montadoras teriam de interromper a produção de cerca de 2 milhões de carros ou seriam expostas a multas que poderiam chegar a € 13 bilhões para carros de passeio e outros € 3 bilhões para vans, conforme estimativas da Acea contidas no rascunho do documento e acessadas pela Bloomberg.
O presidente da Acea e CEO da Renault, Luca de Meo, também disse que gostaria de ver mais flexibilidade da UE nas regras. No site da associação há declaração dizendo que a indústria automotiva europeia “investiu bilhões em eletrificação para colocar veículos no mercado, mas os outros ingredientes necessários para essa transição não estão disponíveis e a competitividade da UE está se deteriorando”.
O setor automotivo da Europa enfrenta dificuldades com modelos mais baratos da China, altos custos de energia e baixa demanda do consumidor, com vendas permanecendo bem abaixo dos níveis pré-pandemia.