São Paulo – Tema recorrentemente questionado à Anfavea, a renovação da frota de veículos voltou à pauta, desta vez durante a apresentação do vice-presidente da entidade, Luiz Carlos Moraes, durante o Fórum AutoData Perspectivas de Ônibus 2024, realizado e na segunda-feira, 23. Para o dirigente o desafio principal agora está em como viabilizar fundos suficientes para que a iniciativa não seja um projeto temporário, mas um programa permanente.
“A MP 1 175 ficou em vigor por pouco tempo no ano passado, mas foi experiência concreta sobre como operacionalizar a renovação da frota, até porque envolve o direcionamento de veículo velho à reciclagem, e isto tem um custo”, afirmou, referindo-se a programa que concedia descontos de até R$ 99,4 mil para estimular o mercado de novos e a retirada de veículos com mais de vinte anos de idade.
Moraes contou que, na empresa em que trabalha, a Mercedes-Benz, onde ocupa a cadeira de diretor de comunicação corporativa e relações institucionais, foi apresentado ao vice-presidente da República e ministro do MDIC, Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, um veículo com 44 anos de uso que seria endereçado à reciclagem.
“Ele estava com o pneu todo careca, sem parafuso nas rodas e sem porta. Quantos como ele estão rodando nas estradas brasileiras todos os dias? Mas, tirá-lo de circulação custou R$ 40 mil.”
O vice-presidente da Anfavea assegurou que Alckmin entendeu a importância da renovação da frota, e prova disso foi que realizou visitas às fabricantes para buscar mais elementos sobre como viabilizar a iniciativa. “Trata-se de uma longa jornada, que pode promover, na esteira, inclusive, o desenvolvimento de outras indústrias ao redor da nossa, como a economia circular. Mas tudo tem um custo, e o desafio do governo está em como obter recursos para tal.”
Ainda no tema da descarbonização, que será ajudada com a melhora na qualidade do transporte e da redução da emissão de CO2, Moraes defendeu que o processo pode ser potencializado com a eletrificação, no caso dos ônibus, somada ao uso de biocombustível e HVO, para caminhões.