São Paulo – A mudança da mentalidade de transportadores quanto à propriedade de veículo aliada ao momento de juros altos, o que torna o crédito caro para a compra de caminhões, tem estimulado a locação destes veículos. De acordo com dados da Abla, Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis, divulgados durante entrevista coletiva à imprensa na terça-feira, 25, a aquisição de caminhões para locação cresceu 31,4% no ano passado, para 13,4 mil unidades. A frota de 50,9 mil unidades foi ampliada em 19,2%.
“Este é um setor que vem crescendo”, constatou Paulo Miguel Júnior, vice-presidente da entidade. “Empresas de transporte perceberam que seus negócios são de logística e não de veículos, portanto estão migrando suas frotas, ao optarem por pagar pelo uso e não pela posse.”
O dirigente acrescentou que como os setores de construção civil, logística e agronegócio seguem aquecidos, este produto deve continuar sendo buscado para ser ofertado por meio de aluguel, tanto que todas as montadoras dispõem de empresa própria para esta finalidade.
Os emplacamentos de ônibus e micro-ônibus também tiveram destaque no ano passado, ao expandir 27,9%, com 2,7 mil unidades, o que levou a frota total a 8,8 mil veículos, avanço de 10,5%.
“Tivemos um ano aquecido em 2024 e, talvez em 2025, com a continuidade de investimentos de programas públicos, a demanda deverá se manter em alta.”
A compra de motos disparou quase 90%, com 70,5 mil unidades. A frota foi ampliada em 81,4%, para 140,8 mil veículos: “Este é um mercado que está crescendo muito no Brasil. Seja para logística, entregas de supermercados, drogarias e outras encomendas, além do serviço de moto táxi”.
Os emplacamentos de automóveis e de comerciais leves pelas locadoras cresceram 9,9%, tendo sido adquiridas 649,4 mil unidades em 2024. A frota expandiu 3%, para 1,6 milhão de veículos.
O número de locadoras no Brasil aumentou 19,2%, no ano passado, para 31,4 mil empresas – inclusas as 7,7 mil dos outros meios de transporte, como motos, caminhões e ônibus. Com isto o número de empregos foi ampliado em 7,5%, superando, pela primeira vez, a marca de 100 mil funcionários: 105,6 mil.