Campinas, SP – O mercado de máquinas agrícolas em 2025, no melhor dos cenários, terá resultado igual ao de 2024, projetou Antônio Carrere, vice-presidente de vendas e marketing para a América Latina da John Deere. Outro cenário, mais pessimista, indica queda de até 5% na comparação com o ano passado.
A taxa de juros, segundo o vice-presidente, pode afetar bastante os negócios do setor: “Quando sobem os juros os efeitos no mercado de máquinas são maiores. Hoje a nossa projeção é de estabilidade ou de leve queda, mas pode mudar por diversos fatores, como novas elevações das taxas”.
Os efeitos negativos dos juros mais altos, atualmente em torno de 20% para o financiamento de novos equipamentos, já afetam os negócios, segundo o diretor de vendas da John Deere, Horácio Meza. Ele afirmou que o custo mais alto tem pesado para os clientes, principalmente os menores, e duas alternativas têm sido adotadas: consórcios e financiamento em dólar para os produtores maiores.
Com relação aos negócios da John Deere em 2025 Carrere não revelou os números, mas disse que a empresa adequou seu ritmo produtivo e o estoque da rede para encarar o ano de forma saudável, mesmo com tanta volatilidade. De acordo com Carrere no primeiro bimestre do ano as fábricas e a rede registraram um bom desempenho, conseguindo vender e exportar o que está sendo produzido.
Linha amarela em alta
O segmento de máquinas de construção, no qual 30% das vendas são para o agronegócio, começou o ano com desempenho acima do esperado. A projeção inicial da John Deere era de alta de 7%, mas as vendas avançaram 11,5% no primeiro bimestre, segundo Thomas Spana, gerente de marketing da divisão de construção.
A expectativa agora é de que esse ritmo seja mantido até o fim do ano, pois as taxas de juros para financiamentos da linha amarela não subiram tanto, de acordo com o executivo, seguindo em linha com os anos de 2023 e 2024: “Os juros já estavam altos em anos anteriores e, por isto, o mercado se adaptou e não tem sofrido tanto”.
Novo Centro de Distribuição
A John Deere duplicará o tamanho do seu centro de distribuição de peças instalado em Campinas, SP, com a construção de um segundo prédio que funcionará em paralelo ao atual, no mesmo distrito industrial. O seu vice-presidente disse que a empresa já comprou o terreno e agora avançará com o projeto:
“Estamos em fase de planejamento para definir os pormenores, mas no mínimo o segundo prédio terá a mesma capacidade do atual, que tem cerca de 100 mil m² e 170 mil códigos de peças estocados”.
Hoje o estoque da John Deere já é o maior do segmento de máquinas, segundo Carrere, e a empresa consegue mandar uma peça para qualquer lugar do Brasil em menos de 24 horas, sendo que em alguns casos o item chega em duas horas, quando o cliente está mais próximo do centro de distribuição.
O novo centro faz parte dos investimentos que a John Deere aplica anualmente no Brasil, somando R$ 3,3 bilhões nos últimos cinco anos, segundo a companhia.