Em visita ao País o CEO global da divisão automotiva, Adam Wu, comentou sobre maior demanda por tecnologia
São Paulo – Não faz parte dos planos da Ams Osram voltar a produzir no Brasil mas, como quarto maior mercado de reposição do mundo e oitavo no ranking de produção de veículos, o País segue no foco da companhia.
“Não planejamos construir fábrica no momento e investiremos em atividades de marketing e vendas, na melhora das relações com os clientes. Nós temos tido muitas conversas sobre formas de expandir nosso negócio, como podemos melhorar”, afirmou a Agência AutoData durante visita ao Brasil o CEO global da divisão automotiva da Osram, Adam Wu, de origem chinesa e baseado em Munique, Alemanha.
Antes de falar sobre os planos locais, Wu disse que é preciso olhar um pouco para trás na história, uma vez que a empresa está no Brasil há mais de um século:“Somos líder global para a nossa indústria, duas vezes maior do que o segundo colocado. Neste sentido também queremos, definitivamente, fortalecer nossa liderança no mercado no Brasil, uma vez que não somos competidores regionais e o País é o mais importante da América Latina”.
Wu desculpou-se por não fornecer números, pelo fato de representar empresa publicamente listada, mas assegurou haver grande equilíbrio das regiões considerando o PIB, a produção e a frota de veículos, contexto em que o Brasil está bem posicionado: “Não é o maior mercado nem o menor, está no meio. E é muito importante para nós”.
Maior adoção de LED estimulou alta de 36% na receita em 2024
Sobre o fornecimento OEM o executivo afirmou que o movimento de migração para a tecnologia LED tem puxado para cima o desempenho local da Osram. Ressaltou que os módulos XLS, extendable light source ou fonte de luz extensível, têm sido adotados de forma crescente por fabricantes de lanternas e faróis, principalmente o grupo NAL, que fornece à Toyota.
“Nós estamos cada vez com número maior de modelos de veículos que utilizam esta tecnologia por aqui. O crescimento exponencial nos ajudou, porque o valor agregado desta linha é muito diferente.”
O resultado contribuiu com a expansão de 36% na receita gerada por OEM em 2024 no País, superando a previsão de alta de 30%. Para este ano a expectativa recuou um pouco, de 20% para 15%, mas ainda segue em dois dígitos. A justificativa dada pelo CEO da Ams Osram para o Brasil, a América Latina e a Península Ibérica, Ricardo Leptich, é que a alta superou a projeção e agora é necessário crescer em uma base maior e que, assim, a empresa optou por manter-se mais conservadora.
Leptich mencionou que a entrada de carros importados também pode afetar, em alguma medida, a produção local, o que respingaria em sua demanda, assim como o cenário de juros em trajetória ascendente na economia brasileira.
CEO da ams Osram para o Brasil, a América Latina e a Península Ibérica, Ricardo Leptich. Foto: Divulgação.
Tanto que no aftermarket, apesar de a expectativa do ano passado ter sido cumprida, com o crescimento de 5%, para este ano a projeção inicial de avançar de 12% a 15% foi ajustada para 5%. O CEO para o Brasil afirmou que o momento é de extensão de portfólio, com acessórios de bateria, tanto a parte de carregadores, como auxiliares de partida, compressores de ar e a linha de bicicletas.
“Estamos introduzindo novos produtos justamente para melhorar e aumentar a participação em segmentos nos quais não somos líderes ainda, como acontece com a parte de iluminação.”
Hoje a reposição responde por 55%, equilibrando a balança com o OEM, com 45%.
Tecnologia premiada da Osram está presente no Brasil
Ao definir a Osram como “empresa bastante inovadora”, Adam Wu ressaltou a necessidade de tornar viável o acesso a novas tecnologias como o LED de 25 mil pixels, endereçados individualmente, que podem compor um farol inteligente. Ele fica sempre ligado, mas possui sensores que, ao identificar veículo na direção contrária, automaticamente diminui a iluminação para não ofuscar o motorista. Também pode ser usado para projetar imagens como o logo da montadora ou saudar o condutor ao entrar no veículo.
“Com este LED é possível projetar e direcionar a luz de acordo com a necessidade. Um veículo, no Brasil, que conta com os faróis dinâmicos é o Volkswagen Tiguan R-Line”, contou Leptich. “Além disto existem projetos com a Mercedes-Benz que contam, ainda, com a projeção de imagens.”
O CEO global da divisão automotiva observou que, nos últimos dez anos, o conteúdo de iluminação nos veículos tem sido crescente. E, com isto, a busca por homologação de conteúdo e a adição de novas tecnologias, igualmente, não param.