Equipamentos como freios com ABS e airbags ajudam a reduzir acidentes e fatalidades, mas é preciso fazer muito mais
Texto publicado na edição 390 da revista AutoData, de julho de 2022
Não é preciso ser especialista para constatar que os automóveis vendidos no mercado nacional são mais seguros hoje quando comparados com aqueles disponíveis há dez anos. Essa percepção é reforçada pelos projetos mais modernos de veículos, já pensados para adotar sistemas de segurança ativa e passiva, mas o impulso principal vem da entrada em vigor de legislações que obrigam a adoção de equipamentos como ABS nos freios e os airbags frontais.
Obrigatórios em todos os carros novos vendidos no Brasil desde 2014 os dois itens contribuíram para a redução do número de acidentes e de fatalidades no trânsito. De 2011 a 2020 houve redução de 30%, de acordo com levantamento realizado pelo IHME, Instituto para Avaliação de Métricas em Saúde, da Universidade de Washington. O resultado pode parecer animador, mas foi insuficiente para cumprir a meta de baixar em 50% o número de mortes e lesões no trânsito, conforme estipulado pela OMS, Organização Mundial de Saúde, e pela ONU na primeira edição do plano Década de Ação pela Segurança no Trânsito de 2011 a 2020, que já entrou na segunda fase para o período 2021-2030 com proposta de nova redução de 50%.
A evolução dos sistemas de segurança veicular caminham nessa direção. Criado há mais de quarenta anos o sistema de airbags evoluiu bastante e hoje oferece ainda mais segurança. Por meio de sensores internos e externos uma unidade de controle de airbag de última geração identifica o tipo de acidente, bem como sua gravidade, e aciona simultaneamente airbags e tensor dos cintos somente se for necessário.
Em apenas 10 milissegundos – dez vezes mais rápido do que uma piscada – a central eletrônica interpreta os dados dos sensores para determinar se o motorista simplesmente pisou no freio, colidiu com outro automóvel ou se o veículo teve um acidente grave, colisão ou corre o risco de capotar. Se a situação representar perigo o sistema é disparado e, em 30 milissegundos, os airbags são totalmente inflados.