São Paulo – Fornecedores do setor automotivo empregam, hoje, cerca de 270 mil trabalhadores na Alemanha. Especialistas alertam que na transição para a eletrificação este número será reduzido a 200 mil até 2030, o que significa dizer que um em cada quatro serão dispensados em seis anos.
Foi o que apontou o professor de economia automotiva da Universidade de Ciências Aplicadas de Hannover, Frank Schwope, em entrevista à Automotive News Europe. Ele citou que aquele patamar de 310 mil postos de trabalho visto em 2018 e 2019 são coisa do passado.
Recentemente foram anunciadas perspectivas de enxugar o efetivo no setor pela Bosch, ZF, Continental e Forvia. Segundo Schwope, ainda que sejam criados empregos em áreas como o desenvolvimento ou a produção de baterias, eles não serão capazes de compensar a perda destas vagas.
Manuel Kallweit, economista chefe da VDA, Associação Alemã da Indústria Automóvel, disse, entretanto, que ainda existe escassez de trabalhadores qualificados, o que não diminuirá nos próximos anos, e que se um funcionário de um fornecedor automotivo for transferido para um fabricante de baterias ele será estatisticamente designado para a indústria elétrica. Situação semelhante ocorrerá se o emprego for gerado em um fabricante de semicondutor. Ou seja: o posto não será perdido, mas alterado, alegou.
De acordo com a reportagem Kallweit apontou que o emprego no setor caiu 6% de 2019 a 2023. Metade, em termos porcentuais, da produção de veículos, que recuou 12%, passando de 4,7 milhões quatro anos atrás para 4,1 milhões no ano passado.
Desde 2016, quando houve o ápice da produção nacional, com 5,7 milhões de veículos, o número de profissionais empregados na indústria automóvel encolheu em 30 mil postos de trabalho, para 780 mil.