AutoData - Pessoal do aço quer Brasil fora da sobretaxa
Estratégia
21/03/2018

Pessoal do aço quer Brasil fora da sobretaxa

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Foto Jornalista  Redação AutoData

Redação AutoData

O presidente da República recebeu na terça-feira, 20, representantes da indústria do aço que pediram sua interferência visando à exclusão do Brasil do rol de países atingidos pela sobretaxa estadunidense imposta à importação de aço e alumínio. A tarifa entrará em vigor na sexta-feira, 23. As informações são da Agência Brasil.

 

Alexandre Lyra, presidente do Instituto do Aço, disse que o governo atenderá ao pedido — embora sem determinar quando fará isso: “O presidente se comprometeu a entrar em contato com o presidente dos Estados Unidos com a nossa argumentação. Essa argumentação foi consolidada pela Embaixada brasileira em Washington. O presidente já tem o conteúdo para essa conversa”.

 

Segundo o representante do instituto a argumentação fornecida deve ser usada para convencer os Estados Unidos a incluir o Brasil na lista de países isentos da nova tarifa. Canadá e México já fazem parte dessa lista. De acordo com Lyra o Brasil não compete com a indústria siderúrgica estadunidense, uma vez que o aço que sai daqui é reprocessado lá.

 

“Apesar de o Brasil ser o segundo maior exportador de aço para os Estados Unidos 80% do que a gente exporta são reprocessados lá. Não roubamos emprego do metalúrgico nativo pois fazemos parte da cadeia de fornecimento.”

 

Ele contou ainda que o Brasil importa carvão mineral dos Estados Unidos, uma matéria-prima para fabricação do aço: “O maior mercado de carvão mineral dos Estados Unidos é o Brasil. Existe essa complementariedade. Exportamos US$ 2,4 bilhões de aço e importamos US$ 1 bilhão de carvão mineral”.

 

Lyra afirmou que alertou ao presidente brasileiro sobre o risco que a indústria brasileira sofre com a medida. Independente de o pleito brasileiro ser atendido ou não outros países incluídos na tarifa anunciada ofertartarão o produto: “O Brasil é um alvo fácil porque é uma grande economia que está em processo de recuperação. Se o mecanismo de defesa comercial daqui não for efetivo o aço que não for vendido para os Estados Unidos virá para cá. Aí essa retomada que estamos tendo na siderurgia receberá forte impacto”.

 

Se o contato dos presidentes não for o bastante o Brasil poderá entrar com uma representação na OMC, Organização Mundial de Comércio, como o próprio presidente adiantou na semana passada.

 

“Se não houver uma solução, amigável, muito rápida, formularemos representação à Organização Mundial do Comércio, mas não unilateralmente, não apenas o Brasil, mas com todos os países que tiveram prejuízo em função dessa medida tomada. Naturalmente, essa conjugação coletiva dos países dará mais força a essa representação.”

 

OFENSIVA – A Câmara dos Deputados avalia a possibilidade de promover encontros de representantes dos trabalhadores e empresários brasileiros com autoridades estadunidenses na tentativa de reverter o aumento das tarifas de importação de aço impostas no início do mês pelos Estados Unidos. O objetivo é influenciar a decisão dos congressistas que devem apreciar a medida adotada. Diz-se que representantes dos trabalhadores e de empresas brasileiras ligadas ao aço pretendem viajar aos Estados Unidos para manter contato com o presidente do Congresso dos Estados Unidos sobre o assunto.

 

O setor conta atualmente com 140 mil trabalhadores diretos e cerca de 1 milhão de indiretos. 

 

Caso a audiência dos presidentes seja agendada a ideia é a de que delegação composta por deputados, sindicalistas e empresários siga para Washington nas próximas semanas.

 

Foto: Divulgação.