O presidente da Mercedes-Benz do Brasil e CEO para a América Latina, Philipp Schiemer, disse na terça-feira, 15, que o momento da economia argentina é delicado. Durante a inauguração de seu novo campo de provas para veículos comerciais, em Iracemápolis, SP, ele mostrou preocupação com a situação pela qual o país vizinho passa.
Até por isso – e pelo fato de as negociações ainda estarem em andamento –, o presidente disse “ser prematura” a greve dos trabalhadores da fábrica de São Bernardo do Campo, SP. Desde a segunda-feira, 14, os metalúrgicos estão de braços cruzados em busca de aumento salarial e da PLR, Participação nos Lucros e Resultados.
Schiemer disse que as exportações representaram 40% da produção da fábrica da M-Benz no ABCD paulista no ano passado, fatia que deverá cair para 30% este ano, principalmente em razão da situação da economia argentina. As vendas domésticas deverão crescer cerca de 30% este ano, segundo as suas projeções.
Para o presidente da companhia os trabalhadores deveriam levar em consideração o momento do mercado brasileiro, que, apesar de ser positivo, é resultado de uma recuperação nas vendas, e do argentino, que embora não seja negativo, inspira preocupação. Schiemer reconhece que a empresa está com custo administrativo elevado em São Bernardo, mas nega que existam planos para dispensa de mensalistas no momento.
Quem informou que a empresa pretende demitir trabalhadores do setor administrativo em São Bernardo foi o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. Conforme a Agência AutoData antecipou, não houve acordo na assembleia realizada de manhã e a greve se estendeu por toda a terça-feira, 15.
Os metalúrgicos argumentam que durante a crise os salários e a PLR ficaram congelados e agora, com o avanço de 50% nas vendas no quadrimestre, um reajuste salarial e na participação nos lucros seria justo. Como a M-Benz não quer elevar os valores, a greve segue.
Nova assembleia foi agendada para a quarta-feira, 16.
Colaborou Caio Bednarski
Foto: Divulgação.
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