São Paulo – O Inovar Auto, regime que norteou as regras da indústria automotiva brasileira até o fim do ano passado, alavancou as vendas da Faurecia Clean Mobility. Especializada em produzir sistemas de exaustão para veículos leves e comerciais, a divisão viu sua participação de mercado saltar de 38% em 2012 para cerca de 50% agora – e, no ano que vem, a expectativa é alcançar mais da metade das vendas OEM.
Segundo Abdo Kassisse, diretor geral da área, a disponibilidade de tecnologia que a Faurecia oferece para aprimorar a eficiência energética e a necessidade em ampliar o conteúdo local nos veículos criada pelo Inovar Auto ajudaram a turbinar os negócios. Foi a corrida por nacionalização de peças e componentes que fez com que a empresa conquistasse contratos com Jaguar Land Rover e Volvo, na área de caminhões.
Dos dez modelos mais vendidos no mercado brasileiro a Faurecia fornece escapamentos para oito. A empresa tem contratos com quase todas as montadoras instaladas aqui e em alguns casos, como PSA Peugeot Citroën e Toyota, 100% dos veículos são equipados com seus sistemas de exaustão.
“Nós crescemos 24% em volume, muito acima do mercado. No ano que vem, para o qual o Sindipeças projeta expansão de 5%, acreditamos que cresceremos em 12% nossas vendas”.
Na semana passada a fábrica de Limeira, a principal da Faurecia Clean Mobility no País, contratou quarenta pessoas, somando 650 trabalhadores. Mantém, ainda, produção em Camaçari, BA, Gravataí, RS, Porto Real, RJ, Sorocaba, SP e na Argentina, com duas fábricas.
Mesmo sem conhecer todos os pormenores do Rota 2030, por ainda depender da publicação do decreto que especificará todas as regras, a expectativa de Kassisse é a de que mais uma vez a Faurecia saia ganhando: “Se é necessário melhorar a eficiência nós temos soluções. Agregaremos mais itens aos sistemas e teremos produtos de maior valor. E ainda há a questão da P&D, que pode beneficiar também as autopeças”.
Olho no futuro – Antes conhecida como Exhaust Systems a divisão foi renomeada como Clean Mobility para se adequar à nova realidade da indústria automotiva global. Os veículos híbridos, elétricos e autônomos também são foco de seu desenvolvimento.
Algumas tecnologias, como a recuperação de energia por meio de gases de escapamento, tanques para modelos híbridos e pack de baterias para veículos elétricos estão disponíveis fora do País – e, se for preciso, podem ser facilmente trazidas para cá, garantiu Kassisse, “no primeiro momento por meio de importação, pois a nacionalização implica escala”.
Foto: Divulgação.
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