Sorocaba, SP – A CNH Industrial, grupo que controla a Iveco, projeta um mercado interno de caminhões 20% menor no segundo semestre na comparação com o seu desempenho no mesmo período no ano passado. De acordo com o presidente Vilmar Fistarol isto afertará o balanço do setor de forma negativa. Ele apontou a situação na Argentina, onde a Iveco mantém produção em Córdoba, como vetor do desaquecimento nos números do mercado, e também um fator psicológico que paira sobre os frotistas:
“Os investimentos estão tímidos e isso é uma questão psicológica. Porque não há razões técnicas que impeçam a renovação de frota ainda este ano”.
O segundo semestre do ano passado foi o momento em que o ritmo de vendas aumentou a ponto de, em dezembro, o mercado de caminhões sair do vermelho depois de três anos de quedas. Considerando os números divulgados pela Anfavea no período, 29 mil 522 emplacamentos, o mercado 20% menor significaria 5,9 mil unidades a menos.
Ainda que o setor tenham retomado o padrão de 2015 na esteira das vendas de caminhões pesados, e tenha no horizonte uma safra de grãos que pode ser recorde no ano que vem, Fistarol acredita que, pelo menos por ora, não há como retomar, de fato, o mercado por 2018 ser um ano eleitoral. Afora essa questão pontual ele disse que há questões estruturais que hoje são obstáculos não apenas para a Iveco, mas a todas as fabricantes do setor. Segundo ele há pelo menos três anos as montadoras praticam preços de venda defasados, o que compromete a rentabilidade do negócio caminhão no País:
“Este é o momento ideal para quem precisa comprar caminhão. Os preços praticados são desastrosos: não houve reajuste pois nenhuma empresa conseguiu atualizá-los temendo retração nos clientes. O mesmo pode ser visto também no segmento de máquinas para construção”.
Na quinta-feira, 27, a CNH Industrial apresentou, em Sorocaba, SP, algumas tendências para os mercados nos quais atua. No agrícola, por meio da New Holland, a companhia acredita que o futuro dos veículos estará ligado ao aumento da produtividade com a evolução de sistemas inteligentes de colheita e mapeamento do terreno de plantio.
No segmento de construção as tendências são eficiência operacional, conectividade dos equipamentos e acessibilidade, e no de transporte a empresa apontou as soluções de inclusão como algo que será explorado, assim como a autonomia dos veículos e a utilização de combustíveis alternativos, como gás natural e eletrificação.
Foto: Divulgação.
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