AutoData - Caminhão Scania GNV começa a ser vendido em outubro
Montadora
06/09/2019

Caminhão Scania GNV começa a ser vendido em outubro

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Foto Jornalista Caio Bednarski

Caio Bednarski

Cesário Lange, SP – A Scania começará a receber pedidos para seus caminhões da nova geração movidos a gás natural durante a Fenatran, em outubro. O modelo será a grande atração da empresa no evento – é o primeiro caminhão pesado GNV produzido em série no Brasil.

 

A produção dos modelos GNV começará em dezembro, com a previsão de entrega das primeiras unidades aos clientes em março de 2020. Silvio Munhoz, diretor comercial da Scania Brasil, disse que R$ 21 milhões foram investidos para adaptar a fábrica à produção dos modelos GNV – grande parte aplicados em segurança, pois produzir modelos movidos a gás requer alguns cuidados especiais, especialmente quando compartilham a linha dos modelos a diesel, como será o caso em São Bernardo do Campo, SP.

 

O custo, segundo Munhoz, será de 30% a 35% superior ao comparado com o mesmo modelo com motor diesel. Mas na operação a economia chega a 15% por quilômetro rodado, segundo medições da empresa.

 

“Em três anos e meio o transportador recupera o valor investido. Como a média de uso do caminhão é de sete anos, nosso cliente terá mais três anos e meio para operar com o caminhão que entrega uma rentabilidade muito maior com relação ao que tem motor diesel”.

 

Munhoz admite que há necessidade de expandir a oferta de GNV no Brasil. Segundo ele o governo precisa colocar em prática o plano de expansão do uso do combustível, especialmente nas privatizações “que trarão um choque de eficiência e competitividade ao setor”.

 

Com relação à infraestrutura de distribuição e abastecimento o executivo disse não estar preocupado, porque a perspectiva é de ampliação: “Tive conversas recentes com uma grande empresa do ramo e eles me disseram que o foco a partir do ano que vem será nesse segmento, o que nos traz mais confiança para investir nesse tipo de motorização”.

 

Mais testes – Em paralelo ao início da operação comercial a Scania colocará mais modelos para rodar em testes com empresas parceiras. “Até o final do ano teremos um caminhão movido a gás operando na coleta de lixo”.

 

A expectativa da Scania é que no futuro o veículo seja abastecido com o biometano produzido a partir do lixo recolhido na própria operação.

 

Outros três caminhões movidos a gás também entrarão em operação até o final do ano: um deles usado em circuito off-road fechado e os outros dois em operações que rodam grandes distâncias.

 

Uma unidade movida a gás da nova geração de caminhões da montadora já roda em uma rota que vai de Matão, SP, até o porto de Santos, em parceria com a Citrosuco, para levar suco de laranja que será exportado. Nessa rota o caminhão roda cerca de 800 quilômetros a cada operação e, desde que a parceria começou, em dezembro do ano passado, o modelo com cabine R e motor de 410 CV já atingiu a marca de 110 mil quilômetros rodados, com redução de 15% no custo por quilômetro.

 

 

De olho no biometano – Em parceria com a ZEG, empresa do Grupo Capitale Energia, dedicada à geração de energia renovável, a Scania colocou em operação no Brasil o primeiro caminhão 100% movido a biometano, segundo Christopher Podgorski, presidente e CEO da companhia para América Latina.

 

“Oferecemos a nossa tecnologia e a ZEG será responsável pela produção do combustível e o abastecimento. Queremos oferecer soluções para os nossos clientes que gerem benefícios para suas operações, assim como para o meio ambiente”.

 

O caminhão será usado em uma das usinas da São Martinho, grupo sucroalcooleiro, e o modelo escolhido foi o G 410 XT 6×4, que também é o primeiro caminhão off-road movido a biometano em operação no País.

 

A médio prazo a intenção da Scania em parceria com a ZEG é levar a produção de biometano para o interior do Brasil, onde a oferta de gás natural é inexistente, buscando parceiros no agronegócio: “A ZEG desenvolveu uma tecnologia de produção do biometano em estruturas de médio porte, com escala replicável e a nossa ideia é expandir essa produção”.

 

Foto: Divulgação.