São Paulo – O crescimento superior a 30% vendas de caminhões neste ano, aliado a uma Fenatran bem avaliada, fez com que Volkswagen Caminhões e Ônibus, Scania e Mercedes-Benz demonstrassem otimismo no cenário para o próximo ano durante a mesa redonda sobre veículos comerciais no Congresso AutoData Perspectivas 2020, realizado na segunda-feira, 21, no Hotel Transamérica, em São Paulo.
Embora VWCO e Scania, empresas do Grupo Traton, estejam em período de silêncio – sem poder anunciar estimativas de números ou dados por conta da aproximação da divulgação do balanço financeiro da companhia – seus executivos deram sinais de que em 2020 continuarão em crescimento.
“Temos um sentimento de otimismo realista”, afirma Christopher Podgorski, presidente e CEO da Scania Latin America. “Acreditamos no potencial do mercado, reagindo pós crise, a pior dos últimos 50 anos”.
Com toda a correlação que os veículos comerciais têm com o PIB, ele cita os avanços nas reformas da Previdência e tributária e o aumento das parcerias de empresas privadas nos negócios públicos como fundamentais para o aumento de investimentos. “A Scania continua executando seu plano de investimento”.
Philipp Schiemer, presidente da Mercedes-Benz e CEO da Daimler Latin America, enxerga a década de 2020 com tecnologias digitais, conectando players de forma inteligente, com mais eficiência e rentabilidade, e na Indústria 4.0. “A Mercedes-Benz está preparada para o crescimento em 2020, apostando forte no Brasil, por isso investimos R$ 2,4 bilhões e estamos prontos para acompanhar o crescimento que este País possivelmente trará para nós nos próximos anos”.
Roberto Cortes, CEO da Volkswagen Caminhões e Ônibus, não quis cravar números, mas disse que é consenso do mercado a curva de crescimento em caminhões e ônibus. Porém, Cortes chama a atenção para a alta ociosidade no setor, de 65%, o que torna difícil para as empresas recompor suas margens. “Estamos em um momento de retomada, mas longe de onde deveríamos estar.”
Ele cita o sucesso da Fenatran, onde observou o movimento maior de visitantes. Cortes reforça os investimentos da VWCO de R$ 1,5 bilhão até 2021, “50% maior do que nos últimos quatro ciclos de investimentos”.
Podgorski e Cortes destacaram ainda a importância da renovação de frota. “Importante pela necessidade da eficiência dos frotistas e na recomposição do valor do ativo”.
O presidente e CEO da Scania ainda salienta a contribuição da renovação da frota para o meio ambiente e melhorar a eficiência de todo o sistema. “A idade média dos caminhões é de doze anos e pode chegar a vinte anos nos proprietários autônomos. É importante fazer a renovação de forma gradual”, afirmou Podgorski, chamando a atenção para questões de saúde. “Outros países que fizeram tiveram ganhos na qualidade do ar e na produtividade.”
Para 2020, os executivos também concordam que pode haver um maior equilíbrio no setor de caminhões, com aumento dos outros segmentos além dos pesados e extrapesados. “Os leves dependem do varejo, onde observamos uma retomada”, comenta Cortes.
Schiemer admite que o atual crescimento dos pesados não é normal. “Com a confiança voltando, juros caindo mais, há um bom espaço para outros segmentos e acreditamos que em 2020 haverá aumento de leves e semipesados.”
Para Podgorski, há boas expectativas. “Pequenos e médios empreendedores vão se beneficiar com a retomada do varejo e é de se esperar esse equilíbrio nos segmentos”.
Foto: Christian Castanho.
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