São Paulo — Após um ano de retração nas vendas de 15%, pouco melhor do que os 20% projetados pela empresa no começo de 2023, a Volvo Caminhões prevê que 2024 será melhor, com redução da taxa Selic, retomada do setor de construção civil e agronegócio resistente às intempéries.
“Ainda não temos uma visão clara do que será 2024, mas existem alguns fatores positivos. Primeiro é a agricultura que está apontando um ano forte, apesar do El Niño com muita chuva que está afetando o Rio Grande do Sul. Mas, no geral, a previsão é que o ano seja um pouco melhor na produção”, afirmou Alcides Cavalcanti, diretor de operações da Volvo Caminhões no Congresso AutoData Perspectivas 2024, organizado de 21 a 22 de novembro no Espaço Fit Eventos, em São Paulo.
Além da agricultura Cavalcanti apontou outros setores como importantes para a retomada nas vendas. A mineração estável, projetos florestais para celulose com rotas de transporte mais longas e outras apostas, como a construção civil. O executivo, no entanto, evitou cravar um número de variação do mercado.
Como é um polo exportador a fábrica da Volvo em Curitiba, PR, sentiu a perda nas vendas externas em 2023 puxada pela Argentina e espera uma melhora em 2024: “A gente tinha que administrar a Argentina. Tinha demanda, mas não conseguíamos fornecer os caminhões porque não havia certeza de receber. O mercado deu uma reduzida forte, mas Chile e Peru continuam estáveis”.
Cavalcanti também anunciou que a Volvo Caminhões está trabalhando com três tecnologias para descarbonização: gás, hidrogênio e elétricos, além dos propulsores a combustão mais eficientes: “O FM elétrico, apresentado na última Fenatran, por exemplo, já foi testado em várias aplicações [no Brasil] com autonomia de 400 quilômetros e já está em fase de negociação com alguns clientes no segmento de pesados”.
Já sobre a renovação da frota de caminhões no País Cavalcanti mostrou-se otimista quanto à possibilidade de o programa de reciclagem do governo se tornar permanente:
“A frota do Brasil é muito antiga. Então realmente acreditamos que um plano de renovação perene, no qual as regras estejam claras, o mercado seja devidamente avisado de como deve funcionar, pois do jeito que foi feito não deu tempo para as montadoras colocarem o programa em marcha”.