São Paulo — Na expectativa do crescimento do mercado, acompanhado de aumento na produção e em exportações, a Mercedes-Benz espera um 2024 positivo, segundo expôs Roberto Leoncini, seu vice-presidente de marketing, vendas e serviços, durante o Congresso AutoData Perspectivas 2024, organizado de 21 a 22 de novembro no Espaço Fit Eventos, em São Paulo.
Focada na descarbonização a companhia também tem boas perspectivas com a nova fase do Rota 2030, o Mover, e com qual ou quais soluções apresentará e planejará a sua infraestrutura. Leoncini destacou ainda a possibilidade dos combustíveis sintéticos que, junto com os biocombustíveis, podem ser alternativas no rodízio de soluções que cada cliente vai ter à disposição conforme sua operação.
Os novos parâmetros do Mover, em sua opinião, deverão trazer a previsibilidade dos negócios e facilitar os investimentos para a cadeia: “Trará segurança para que elas desenvolvam soluções para serem utilizadas aqui. Porque dificilmente encontraremos fora daqui soluções com as características de nosso País”.
O vice-presidente espera que o Mover traga incentivos ao desenvolvimento que permitam às indústrias enxergar no longo prazo e, em função disto, trazer os investimentos e ter algum tipo de apoio do governo em inovação, novas tecnologias, em novas soluções, tornando o Brasil num polo exportador: “Alguns outros países têm características similares às nossas em pavimentação, infraestrutura, alta variação de temperatura”.
Economia positiva
Na macroeconomia Leoncini estimou que o PIB seja de 1,5% alinhado ao mercado. O dólar em R$ 5 a R$ 5,05, a taxa Selic com expectativa de 9,25%, “embora eu desejasse que fosse menor”. A inflação estável, de 3,90% a 3,92%, muito focada na meta.
No mercado de caminhões, Leoncini não projeta números, mas aposta que fique maior do que este ano, 94 a 97 mil unidades: “A produção acompanha o tamanho do mercado, e queremos crescer junto com ele”.
Em sua visão as exportações crescerão: “Para nos proteger da taxa de câmbio temos que crescer, pois nossos veículos têm muito bom desempenho em outros países e ainda somos fornecedores de Euro 3 e Euro 5 para alguns países”.
A Mercedes-Benz também terá uma série de novos serviços no âmbito da descarbonização, porque quando se fala de elétrico se fala de gestão de carregamento de baterias e outros serviços que virão sob demanda em veículos de zero emissões e serviços digitais.
Com o Euro 6 estabilizado, em preço e em oferta no portfólio de caminhões e ônibus, um PIB positivo, o agronegócio sendo o carro-chefe no transporte de carga, programas do governo, com retomada da construção de casas populares e o PAC, importantes para as grandes obras e os caminhões off-road, a Mercedes-Benz tem um amplo portfólio para atender a estes segmentos, Leoncini disse.
No segmento de ônibus espera-se a renovação no segmento rodoviário e nos sistemas urbanos, além do programa Caminho da Escola.
Em dia com a agenda ESG
Em descarbonização o portfólio da Daimler Truck conta com a marca Mercedes-Benz e outras, e no segmento de ônibus o eO500U, atração do estande na Bus World na Bélgica, que está na linha de produção em São Bernardo do Campo, SP.
“Seremos um hub para exportar este chassi ao mundo, além de soluções elétricas, como caminhão de lixo, e cavalos mecânicos e chassis de caminhões em várias capacidades em baterias, e estamos atentos para ver o que será melhor no Brasil.”
O Mover também gera expectativa nos estímulos aos investimentos de veículos autônomos, a exemplo do caminhão desenvolvido pelo Ypê e mais de 1 mil unidades de caminhões autônomos em parceria com a agrotech Grunner, para a colheita de cana e agora expandindo para outras colheitas, vasto potencial para que substitua máquinas agrícolas.
“A Mercedes-Benz tem a maior frota de caminhões autônomos nível 4 em circulação no País para ambientes confinados, cada vez com maior demanda por causa da dificuldade em encontrar motoristas, em ambientes confinados, no meio do nada, realizando serviços repetitivos. Isso é um desafio maior pois temos muitas oportunidades para nossos caminhões autônomos no ano que vem e também para desenvolver soluções vocacionadas.”