São Paulo – Após anunciar as plataformas eletrificadas para os novos projetos no Brasil o Grupo Stellantis deve anunciar ciclo de investimento recorde já em 2024. Foi o que projetou Carlos Kitagawa, CFO da Stellantis para a América Latina, durante o Congresso AutoData Perspectivas 2024, organizado de 21 a 22 de novembro no Espaço Fit Eventos, em São Paulo.
Kitagawa não cravou uma data exata para o início do novo ciclo mas deu a entender que será a partir do ano que vem, pois as novas plataformas eletrificadas Bio Hybrid entram em produção já a partir de 2024: “A nossa região é muito significativa para a Stellantis no mundo e nós temos, sem dúvida, a crença de que continuaremos a investir muito forte aqui. Então, sim, estamos prestes a anunciar o maior investimento da indústria automotiva aqui do Brasil e isto será em breve porque inclui nosso processo de descarbonização”.
O executivo confirmou que sobre a plataforma Bio Hybrid serão produzidos carros híbridos flex leves, autorrecarregáveis e plug-in a até 100% elétricos, desenvolvidos e fabricados no Brasil com índices relevantes de fornecedores locais.
A Stellantis é a principal beneficiada dos incentivos federais para montadoras no Nordeste do País. Com fábrica em Goiana, PE, o grupo recebe benefícios cuja renovação até 2032 está em discussão no Congresso, inserido no projeto de reforma tributária. O chefe financeiro diz que a empresa é a favor da medida:
“Tomamos a decisão de investir em uma região que não tinha tradição industrial. Estamos lá há oito anos e a indústria automotiva sabe o quanto precisamos de tempo para maturar o investimento em um polo. Em Pernambuco já atraímos 38 fornecedores para nosso parque e, mesmo assim, ainda temos um gargalo muito grande com relação às montadoras do Sul e Sudeste que já têm seu parque industrial estruturado”.
O objetivo do grupo é aumentar o número de fornecedores instalados na região dos 38 atuais para cinquenta até o ano que vem e chegar a cem no fim da década.
A ida da planta da Jeep para o Nordeste gerou uma série de custos, como comprar de fornecedores distantes e depois enviar de Pernambuco os carros prontos para os maiores mercados do Sudeste, além de gastos com treinamento de pessoal.
“O custo de transformação, no fim das contas, acaba representando 5% do custo de um carro porque grande parte dos gastos para produzir um veículo é formado 80% de material que compramos de todo o Brasil, e trazer peças de São Paulo, do Sul para produzir, industrializar e depois trazer para o grande mercado consumidor. Isto tudo forma um gargalo de desenvolvimento.”