São Paulo – Nas projeções de Antonio Filosa, presidente da FCA América Latina, o mercado de veículos na região só retornará ao patamar de 2019, antes da covid-19, em 2024 ou 2025. Este ano o tombo no consumo dos latino-americanos será de 34%: das 4,3 milhões de veículos do ano passado para 2,8 milhões, com o Brasil respondendo por 1,8 milhão de unidades, ante 2,7 milhões no ano passado, queda de 33%.
O ponto positivo, apresentado por ele durante o Seminário AutoData Megatendências da Indústria Automotiva – A Revisão das Perspectivas 2020, na terça-feira, 30, é que a demanda retornará: “Será uma retomada suave, mas já em 2021 veremos números maiores”.
Mas, segundo Filosa, esse retorno será em um novo normal. Na avaliação da FCA, em conjunto com o Google, a sociedade de consumo formará uma espécie de ampulheta, dividida em dois polos: um com mais gente e menos renda e outro com menos gente e mais renda, tendo no meio uma classe média esvaziada, achatada pelas consequências econômicas da pandemia.
A aquisição do automóvel, portanto, tende a ficar mais racional, embora ainda exista espaço para a compra aspiracional. Pesquisas recentes analisadas pela FCA apontam a possível chegada de consumidores que estão com medo de seguir no transporte público e daqueles que, com o trabalho remoto, pretendem se mudar para um local fisicamente distante do seu trabalho.
A FCA está preparada para esta nova tendência, analisa Filosa. O portfólio Fiat, por exemplo, abrange desde o consumidor que quer um automóvel mais simples, como o Mobi e as versões de entrada do Argo e Cronos, até o que busca um carro mais conectado e completo, como as versões mais completas da recém-lançada Strada e da Toro e os SUVs Jeep, passando pelos que usam o carro para trabalho, caso das picapes e furgões.
Por isso Filosa aposta em crescimento de participação em 2020. O objetivo, no Brasil, é fechar o ano com mais de 19% das vendas – 14,5% de participação Fiat e 5% Jeep, ante 13,8% e 4,9%, respectivamente, do ano passado.
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