São Paulo – A pandemia tornou urgente a aceleração das vendas digitais para um setor acostumado a uma negociação mais presencial, cuidadosa e personalizada. Era uma transformação já em curso, mas que se acelerou nas últimas semanas, conforme expôs Roberto Leoncini, vice-presidente de vendas e marketing caminhões e ônibus da Mercedes-Benz, em sua apresentação no Seminário AutoData Megatendências do Setor Automotivo – A Revisão das Perspectivas 2020, na quarta-feira, 1º.
Em poucas semanas a Mercedes-Benz desenvolveu e tirou do papel seu showroom virtual, onde pretende ampliar suas vendas pelo meio digital. Caminhões, ônibus, vans Sprinter, peças e demais produtos do portfólio estão disponíveis em uma plataforma que conecta o cliente à concessionária mais próxima: “No caso de um cliente antigo da concessionária quem vai entrar em contato, de forma virtual, será o vendedor que costuma atendê-lo”.
Foi o último passo do que a companhia denomina era 4.0: fábrica, rede de concessionários e o cliente avançaram para uma nova fase, na qual a digitalização entrou no dia a dia: “Antes de 2010 resolvíamos as coisas pelo telefone, as visitas de relacionamento eram muito importantes. Agora mudou, até porque novas gerações estão assumindo os negócios. E eles analisam custo-benefício, estão sempre online”.
Além do showroom virtual – que recebe cerca de 2 mil acessos por semana e tem, atualmente, seiscentas intenções de compras contabilizadas – a Mercedes-Benz investe em novos canais de relacionamento, como o WhatsApp.
Sobre o mercado Leoncini tem visão semelhante à compartilhada por seus colegas na terça-feira, 30, no mesmo Seminário Megatendências: “Com tudo o que está acontecendo chegarmos a 65 mil caminhões e 10 mil ônibus é o melhor cenário a se imaginar”.
O vice-presidente da Mercedes-Benz lamentou o fato de a pandemia aparecer justamente no instante da aceleração da retomada do setor de caminhões, que enfrentou forte declínio a partir da crise de 2014. Mas mostrou-se esperançoso: “Podemos, em 2021, ter de volta os números que perdemos em 2020. É muito cedo, claro, para falar nisso, mas existem fatores que nos fazem acreditar nessa possibilidade”.
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