São Paulo — A Tecfil atravessa momento de preparação para atender possível alta da demanda no setor de reposição, a principal área de negócios da fornecedora de filtros que mantém duas fábricas em Guarulhos, SP em termos de receita – junto com o OEM e a chamada private label, quando se produz ou vende componentes que estampam marcas de outras empresas.
Segundo o diretor comercial Wagner Vieira a equipe acredita muito no aftermarket. "Sobretudo no segmento pesado. Esta demanda ainda se consolidará porque os caminhões não pararam de circular durante o período de isolamento social"
Fundada em 1953 a Tecfil passou da gestão familiar para uma mais alinhada às práticas de mercado há dois anos, quando foi comprada por um fundo de investimento. A partir deste momento iniciou a reestruturação de processos internos e no quadro diretivo, do qual Vieira faz parte há dez meses.
No que diz respeito à área comercial, disse o executivo, o principal vetor hoje das vendas é a operação baseada em software de business intelligence. O moderno sistema coleta dados que vão da geografia das cidades até as frotas circulantes e, depois, gera relatórios analíticos dos caminhos a seguir pela equipe de vendas.
"Mudamos a gestão como um todo. Hoje estamos mais analíticos na área financeira também, com foco na redução de custos e no resultado operacional."
A redução de custo, a propósito, é encarada como mantra pela nova administração. O termo, segundo Vieira, ganha ainda mais relevância estratégica dentro do planejamento comercial da empresa porque, nas condições atuais em que se encontra o mercado, o preço tem definido mais os negócios do que o produto. Os filtros veiculares produzidos pela Tecfil enfrentam forte concorrência no País, tanto de multinacionais que mantêm produção local quanto de fornecedores estrangeiros que disputam frações do mercado praticando preços competitivos.
"Ter fornecedor local neste momento de câmbio valorizado nos fortalece na hora de ditar preço, da mesma forma como também ser um fornecedor local no segmento de componentes originais", disse o diretor comercial que, sem citar pormenores, afirmou que a empresa negocia participação em novos projetos no OEM. "Hoje o principal na concorrência no OEM é redução de custo. O produto em si representa 23% da decisão de compra."
Ainda que existam oportunidades no segmento de originais a empresa considera a reposição como vertical de negócios mais interessantes nos próximos meses em termos de receita e volume. A planificação da companhia está alinhada às projeções do mercado, que indicam o aumento da manutenção veicular em detrimento da compra do 0 KM.
O panorama antevisto, inclusive, levou a empresa a expandir sua oferta de produtos e a promover contratações. De acordo com Vieira as demandas futuras levaram a Tecfil a contratar 35 funcionários e há potencial para um total de 120 vagas. O quadro atual é composto por 1,3 mil trabalhadores em jornada de dois turnos.
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