São Paulo – A produção brasileira de veículos voltou a crescer em julho, na comparação com o mês anterior: os 170 mil 287 automóveis, comerciais leves, caminhões e chassis de ônibus que saíram das linhas de montagem no mês passado representam alta de 73% sobre junho, apesar da queda de 36% na comparação com julho do ano passado, quando foram produzidos 267 mil veículos.
Os dados foram divulgados pela Anfavea na sexta-feira, 7. Em apresentação à imprensa o presidente Luiz Carlos Moraes lembrou que, em julho, todas as fabricantes retornaram à produção. “Mas em ritmo menor, com um turno de produção. Algumas estão em dois turnos, mas grande parte para oferecer maior cuidado com a saúde, espaçando mais os trabalhadores nas linhas de montagem”.
No acumulado do ano a indústria produziu 899 mil 553 unidades, volume 48,3% inferior às 1 milhão 741 mil de janeiro a julho de 2019.
“Os últimos meses foram de ajuste, tanto dos estoques de veículos nas concessionárias quanto dos de peças e componentes dentro das fábricas. Fomos pegos de surpresa: a indústria rodava em um ritmo de 3 milhões de unidades projetadas para o mercado no ano. O ajuste foi feito e nos próximos meses devemos rodar em um ritmo mais adequado à demanda”.
Este ritmo, no entanto, ainda é objeto de estudo da Anfavea e suas associadas. Para Moraes o futuro segue nebuloso, embora os volumes de vendas registrados em julho sejam positivos.
A má notícia vem no emprego: 1,5 mil postos de trabalho da indústria fabricante de veículos foram cortados em julho, dentre demissões, adesões a PDVs e não renovação de contratos temporários de trabalho. Em um ano são quase 6 mil demissões. “Só não foi pior porque muitas empresas adotaram as medidas criadas pelo governo por meio da MP 936”.
O setor empregava, ao fim de julho, 122,5 mil trabalhadores. Moraes deu a entender que os cortes não deverão parar.
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