São Paulo – O avanço em inovação e a capacidade de desenvolvimento de novas tecnologias e produtos foram temas debatidos em um dos painéis do Seminário AutoData o Novo Brasil, realizado na segunda-feira, 28. Participaram do debate Henry Joseph Júnior, diretor técnico da Anfavea, Sérgio Kremer, diretor geral para veículos comerciais da Eaton, e Edson Orikassa, vice-presidente da AEA, Associação Brasileira de Engenharia Automotiva.
O diretor da Anfavea acredita que a indústria brasileira está presente na rota do desenvolvimento global de novas tecnologias: "Esse é um tema muito debatido e que teve avanços no País graças aos diversos laboratórios e centros de pesquisa e desenvolvimento que temos. São poucos países que possuem capacidade como a nossa".
Joseph Júnior disse que a engenharia das grandes multinacionais do setor trocam muita informação com as outras áreas da Europa e Ásia para desenvolver conhecimento, sempre buscando alternativas de localização de componentes e produtos, mas com o entrave do custo-benefício para fechar a conta: para isso, o volume de produção é sempre o grande fator de decisão.
Orikassa, vice-presidente da AEA, ressaltou os investimentos realizados pelas montadoras e fornecedores nos últimos anos, o que permitiu o desenvolvimento de novas tecnologias importantes, como o primeiro veículo híbrido flex do mundo, o Toyota Corolla. Mas ponderou que o atual cenário não é dos melhores:
"Antes da pandemia a engenharia nacional estava decolando. Agora, as empresas congelaram os investimentos para ajudar a compensar os prejuízos que terão com o recuo nas vendas e a alta do dólar, que está corroendo os números da indústria. A retomada também tem que acontecer na área do desenvolvimento e inovação para que os avanços de nacionalização continuem, até porque não tem outra forma de sobreviver nesse mercado".
O diretor da Eaton revelou que para definir um foco de inovação que receberá investimento o valor que o usuário final reconhece naquela tecnologia é um ponto considerado importante: "Um exemplo é a transmissão automatizada, que ganhou reconhecimento do mercado por trazer mais segurança e reduzir o consumo dos veículos. Foi uma área que investimos bastante nos últimos anos".
A empresa também possui no Brasil o seu centro de desenvolvimento global de componentes pra veículos comerciais de 3,5T a 15T, que atende toda a América Latina e dá suporte para as demais operações.
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