São Paulo – O desempenho de vendas da Jeep durante a pandemia surpreendeu a sua direção. Em setembro cresceram 10% com relação ao mesmo mês do ano passado, ante um mercado em retração de 11%. No acumulado do ano caíram 25%, comparado a mercado com volume 33% inferior.
“Foi uma recuperação bem acima do que esperávamos”, disse Tânia Silvestri, diretora de operações comerciais. “A força da marca, ações de produtos que promovemos no período e o reforço na comunicação foram fundamentais para registrarmos esse resultado, que nos deixa otimista com relação ao futuro.”
A Jeep compete naquele que é, hoje, o segmento mais visado e disputado do mercado brasileiro de automóveis, o de SUVs. É pioneira e tem expertise, adquirida em seus quase 80 anos de existência, o suficiente para tornar jipe quase um sinônimo de SUV na cabeça do consumidor. E o acirramento da concorrência, com a chegada de novos fortes competidores – Chevrolet Tracker, Volkswagen T-Cross – não abalou sua liderança. Ao contrário: um em cada cinco SUVs vendidos no Brasil são Jeep.
Silvestri disse que o plano é manter o pé no acelerador: “Não podemos tirar o pé. A expectativa é crescer mais no último trimestre e ampliar nossa participação no mercado. Algumas concessionárias demitiram no começo da pandemia e já precisaram recontratar”.
Importante alicerce são as vendas diretas, que, segundo a diretora, são, sim, rentáveis para a Jeep: “Vendemos pouco para locadoras, é um negócio saudável para a Jeep. A maior parte das vendas diretas são para empresários e autônomos, que registram o carro em seu CNPJ”.
Fator complicador vem do dólar: a FCA toca um plano de nacionalização de componentes mas, enquanto o projeto se desenvolve, muitas peças ainda precisam vir de fora, o que, com o câmbio no patamar atual, encarece o produto: “Fizemos dois reajustes de preço durante a pandemia, mas nem de longe compensaram a desvalorização do real. Não há como repassar tudo”.
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