São Paulo – A Renault anunciou na segunda-feira, 1º, investimento de R$ 1,1 bilhão para renovar sua gama de veículos no Brasil até o primeiro semestre de 2022. Passarão por mudanças relevantes cinco modelos do portfólio atual, será adicionado um novo motor 1.3 turbo, importado, e dois veículos elétricos – um deles, a nova versão do Zoe vendido na Europa, chega ainda neste semestre.
O anúncio foi feito pelo presidente Ricardo Gondo ao governador do Estado do Paraná, Ratinho Júnior. Mais cedo, a jornalistas, o executivo explicou que trata-se da primeira parte de um ciclo maior de investimentos, mas cuja a segunda etapa ainda está em negociação com a matriz, na França. “De toda forma foi um passo importante na direção de aprovarmos novos investimentos a partir de 2023. As discussões estão na mesa e envolvem, dentre outros assuntos, a competitividade do Brasil”.
Na prática a Renault do Brasil fatiou os investimentos, cujos ciclos costumam durar de quatro a cinco anos. Projetos que já estavam em andamento, como estas renovações, foram incluídos na primeira etapa e outros mais complexos, como novos modelos, ficaram para uma eventual segunda fase que pode, também, envolver a nacionalização dos motores 1.3 turbo, que primeiramente serão importados da Europa.
Gondo disse que a introdução dos motores 1.3 turbo seguem a linha que a Renault adotará nos próximos anos – priorizar as vendas de valor agregado em vez de grandes volumes. “Com esses motores turbo entraremos em nichos de mercado onde atualmente não estamos. E com rentabilidade interessante”.
Um bom resultado nessa estratégia pode ajudar a tornar viável essa segunda etapa dos investimentos. O presidente da Renault do Brasil disse que tanto o contexto global como a situação econômica brasileira estão na mesa de negociação e defendeu o avanço de reformas para melhorar a competitividade do produto brasileiro diante dos demais.
A parte da Renault para a realidade de mercado atual foi feita, garantiu o executivo. No ano passado foi aberto um PDV e colocados em lay off 747 trabalhadores de São José dos Pinhais, PR, que formavam o terceiro turno da fábrica de veículos leves. Grande parte aderiu ao PDV, segundo Gondo, e a situação dos demais – ele não informou a quantidade – será avaliada com o Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba no fim do mês. Hoje o Complexo Ayrton Senna emprega 6,5 mil trabalhadores.
Foto: Divulgação.