São Paulo – A Anfavea monitora a tramitação, no Congresso, do projeto de lei que pode autorizar empresas privadas a adquirir, e aplicar, vacinas em seus funcionários. O presidente Luiz Carlos Moraes admite que as montadoras têm interesse e pretendem, caso seja aprovado, adquirir doses, possivelmente em movimento dirigido pela própria entidade, o que ajudaria na negociação, por envolver volumes maiores.
As fabricantes têm registrado níveis elevados de absenteísmo por causa da covid-19, fator que compõe mais um entrave para acelerar o ritmo da produção, que sofre também com falta de peças e componentes no mercado. Segundo o presidente, além das ausências por trabalhadores infectados, existem aquelas por segurança: caso um familiar próximo, ou até mesmo um colega de linha, teste positivo, o funcionário é colocado em quarentena por precaução: “Nossos protocolos são rígidos”.
Moraes ressalvou, porém, que muitos passos ainda precisam ser dados e dificuldades superadas até que as empresas possam ter, efetivamente, as vacinas em mãos. O primeiro é a própria tramitação: embora o projeto tenha passado pela Câmara dos Deputados ainda é necessária uma discussão e aprovação do Senado e a sanção presidencial.
“A vacina precisa também ser aprovada pela Anvisa, tanto tecnicamente quanto no seu preço.”
O passo mais complicado, porém, tem a ver com a disponibilidade de vacinas: as montadoras sondaram alguns laboratórios, de acordo com o presidente, e não há doses à venda: “Os laboratórios estão com a produção comprometida com governos, só entregam doses negociadas previamente”.
De toda forma Moraes afirmou que, caso todos os obstáculos sejam superados, as montadoras têm a intenção de colaborar na vacinação. Cumprindo, é claro, o que manda a lei: no caso o projeto prevê que metade das doses adquiridas seja direcionada ao SUS, Sistema Único de Saúde, e que sejam cumpridas as diretrizes do PNI, Programa Nacional de Imunização, priorizando os grupos de risco.
Foto: Joel Rodrigues/Agência Brasília.