São Paulo – A Dürr desenvolveu uma nova tecnologia de colagem que permite a instalação, na linha de montagem, das janelas laterais em um processo contínuo: as carrocerias seguem em movimento enquanto robôs inserem e colam as janelas. O sistema foi criado em parceria com a Volkswagen, que já o adotou na sua linha de montagem de Zwickau, Alemanha, que desde junho do ano passado produz apenas veículos elétricos.
A expectativa é de ganhos relevantes para a operação, que pretende produzir até 330 mil veículos elétricos por ano apenas naquela fábrica.
“Antes esse trabalho era feito no tradicional processo de stop and go, com uma estação na linha que realizava o trabalho”, contou Tiago Cardoso, diretor de tecnologia de aplicações da Dürr. “Agora isso acontece em movimento, um grande avanço que resulta em menor custo para produzir e traz mais flexibilidade.”
Apesar de ser criada a partir de necessidade de produção de veículos elétricos a tecnologia pode ser usada em qualquer linha. Cardoso acredita que o sistema tem potencial para avançar em outras fábricas e mercados, inclusive substituindo células instaladas em linhas atuais.
A chegada dos elétricos às linhas de montagem demandou a criação de novas tecnologias pela Dürr, também adotadas na Volkswagen alemã.
Numa delas, de aparafusamento dos módulos de bateria, o processo de fixação foi aprimorado, e agora é realizado de forma simultânea e não ponto a ponto, além de avançar na aplicação de cola, mais resistente do que a usada anteriormente.
Uma terceira tecnologia, essa considerada mais dedicada ao segmento eletrificado, é um sistema para enchimento do gás refrigerador do ar-condicionado, que passou a usar apenas um tipo de gás, contra dois ou três anteriormente:
"Esse processo reduz a necessidade de espaço na linha de produção, assim como os investimentos necessários, e também é mais eficiente. Esse novo gás, pelas suas propriedades, tem maior capacidade para aquecer e resfriar, demandando menor consumo de energia, o que resulta em maior autonomia para o carro elétrico".
Nesse caso o executivo acredita que a demanda será maior para o carro elétrico porque ele justifica o investimento na mudança, enquanto que, para os veículos a combustão, essa tecnologia não significa um custo-benefício tão relevante.
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