São Paulo – Desde 2018, quando foi lembrado pela presidente mundial da General Motors, Mary Barra, que sua tarefa, na América do Sul, era ganhar dinheiro para a companhia, a vida de Carlos Zarlenga deve ter se transformado em pequeno inferno particular: sem conseguir recuperar os prejuízos da crise de 2014 ele nem imaginou que teria, ainda, uma pandemia pela proa. E, aí, a pandemia fez mais uma vítima.
Convivi pouco com Carlos, o suficiente, porém, para vê-lo obstinado com qualidade, com a obtenção de lucro e com a satisfação do seu cliente.
Não se sabe se a companhia ganhou dinheiro mantendo Gravataí fechada por cinco meses e exercendo preço bom sobre o resto de seu portfólio. Concessionários acreditam que sim. Ou se perdeu dinheiro, e muito dinheiro, até por causa da paridade do câmbio, como preferem considerar colegas de Zarlenga executivos da indústria – o que só veio a jogar mais água dentro do barco.
No fim, sob pressão fortíssima e, certamente, vislumbrando a possibilidades de melhor qualidade de vida por meio de convite de outra empresa – e não necessariamente do setor de veículos – Carlos Zarlenga deve ter ponderado que, talvez, fosse a hora de dizer adeus a seus oito anos de GM do Brasil.
No currículo carregará, para sempre, os anos de liderança dos Onix.
Foto: Rafael Cusato.