São Paulo – Seguindo na direção oposta à dos leves, que registraram o segundo mês consecutivo de queda nas vendas de 0 KM na comparação anual, o comércio de pesados disparou 45% com relação a agosto de 2020, com 14,2 mil veículos vendidos. Frente a julho o aumento é de 9,45% e, no acumulado do ano, há incremento de 42%, totalizando 94,6 mil unidades.
A maior parte desse volume refere-se a caminhões. Estimulados pelo bom momento do agronegócio no mês passado foram emplacados 12,6 mil unidades, volume 56,8% superior a agosto de 2020 e 10,1% maior do que em julho. De acordo com dados da Fenabrave divulgados na quinta-feira, 2, o segmento teve o quarto melhor mês de agosto desde o início da série histórica, em 1957, e vem se destacando na recuperação do mercado.
No acumulado de 2021 foram emplacados 82,1 mil caminhões, 49% a mais do que no mesmo período do ano passado. Esse resultado fica atrás apenas de 2014, quando foram licenciados 87,7 mil veículos. Segundo o presidente da Fenabrave, Alarico Assumpção Júnior, “não fosse a falta de componentes o resultado seria ao menos 20% melhor”, até porque a oferta de crédito por parte dos bancos tem sido abundante, com aprovação de 8,6 a cada dez propostas.
Segundo o consultor automotivo da Oikonomia, Raphael Galante, até fevereiro de 2022 a produção de caminhões está comprometida porque já foi comercializada: “É sinal de que o empresariado está se planejando para demanda decorrente da expectativa de retomada da economia”. As perspectivas para 2022 “estão mais do que excelentes”, avaliou, ao complementar que esse bom momento deverá se estender até 2023, quando é prevista a mudança de motorização para Euro 6.
Ônibus – O segmento de ônibus não partilha do otimismo do de caminhões porque depende do afrouxamento das restrições para combater a pandemia do novo coronavírus, que requer isolamento social. Mesmo assim foram vendidos 1,6 mil unidades em agosto, volume 4% maior do que o de julho, mas 8,6% inferior ao do mesmo mês de 2020.
Assumpção Júnior avaliou que ainda não se pode afirmar que o segmento vive momento de retomada significativa das vendas: “Os clientes, que são, em sua maioria, empresas de transporte urbano e rodoviário, ainda não se recuperaram da queda no faturamento. Por isso mantêm-se cautelosos com relação a novas aquisições”.
No acumulado do ano, porém, foram comercializadas 12,5 mil unidades, alta de 8,25% ante janeiro a agosto do passado. A Fenabrave estima que 2021 encerre com incremento de 10,6% nos emplacamentos.
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