São Paulo – O Grupo Rudolph, dono da Rudolph Usinados, da Rudolph Fixações e da Usitim, com sede e fábrica em Timbó, SC, atingiu recorde de receita operacional líquida no acumulado até setembro, R$ 137,6 milhões, crescimento de 100,4% ante 2020, mesmo com todas as dificuldades que o setor automotivo está enfrentando. Alex Marson, seu CEO, disse que a expansão foi puxada, principalmente, por uma mudança de planificação:
"Viramos muito o nosso holofote para os negócios no segmento pesado desde 2018 e agora estamos colhendo bons frutos. Nesse ano, na divisão da receita, os pesados já representam a maior fatia, superando o segmento leve, que está sofrendo mais em 2021. Isso comprova uma alteração significativa na nossa carteira de clientes".
A mudança do mix de produtos ofertados, agora com maior valor agregado e que significam solução completa para o cliente e não apenas o serviço de usinagem, foi o segundo fator principal para o incremento. Um terceiro ponto também foi lembrado pelo executivo, a alta nos custos de produção, que foi repassada para o preço final do produto: a empresa gastou mais para produzir, mas aumentou o preço final de seus produtos, conquistando lucro maior.
Com o resultado recorde até setembro a expectativa é a de encerrar 2021 dessa forma, com a maior receita operacional líquida já registrada pelo grupo.
O avanço para a indústria 4.0 também acontece durante esse bom momento da empresa, depois de um projeto inicial com a Bosch: hoje a Rudolph aposta em um novo projeto que faz parte do Rota 2030, para interconectar 120 equipamentos na fábrica de Santa Catarina. Desde junho, quando AutoData divulgou o avanço, algumas mudanças já foram anotadas na unidade:
"Seguimos com a execução do projeto e a expectativa é a de rodar a primeira célula piloto em janeiro para depois conectar as outras células. No terceiro trimestre do ano que vem estará tudo executado e rodando".
Nesse período a Rudolph também selecionou duas empresas parceiras para o projeto, uma para apoiar na automação e na instalação dos sistemas das máquinas e outra para ajudar na integração dos equipamentos por meio da inteligência artificial.
Marson não divulgou as projeções da empresa para 2022 por causa de todas as incertezas atuais, mas disse que internamente o trabalho é para seguir construindo uma carteira robusta e avançando no segmento pesado, principalmente no agronegócio, segmento em que a empresa conquistou um novo contrato recente que trará impactos positivos nos números de 2022.
Com relação à indústria automotiva a expectativa é a de que a crise dos semicondutores continuará afetando a produção de veículos, pelo menos durante o primeiro semestre. Esse impacto será maior no segmento leve, que também deverá sentir mais a alta dos juros e da inflação, assim como a turbulência de um ano eleitoral, enquanto o segmento pesado segue mais descolado de tudo isto.
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