São Paulo – O Procon-SP pediu que a Stellantis promova mudanças nos manuais dos veículos Jeep e Fiat, pois em dezembro, após notificar a fabricante por problemas no sistema de arrefecimento dos veículos Fiat Argo, Cronos, Toro e Jeep Renegade e Compass, a montadora teria negado a existência de defeito no câmbio/trocador de calor e informado à entidade que o problema decorre da falta ou manutenção inadequada pelos proprietários.
Segundo divulgou o órgão na quinta-feira, 13, após a análise da resposta encaminhada pela montadora, apesar de não ter sido realizada análise técnica de engenheiro ou perícia nos modelos, “o Procon-SP conclui que a informação contida no manual do veículo sobre possibilidade de surgimento de problemas decorrentes do uso de um fluído de arrefecimento diferente daquele original de fábrica com um aditivo não recomendado deveria ser mais claro e objetivo”.
Pelo fato de, a depender da conduta do consumidor, existir o risco de corrosão ou desgaste prematuro, o órgão entendeu que esse alerta deveria ter sido destacado, conforme determina o Código de Proteção e Defesa do Consumidor, já que o consumidor é a parte vulnerável nessa relação de consumo.
Procurada, a Stellantis informou que tomou conhecimento do tema por meio da mídia, e que ainda não recebeu nenhuma comunicação oficial do órgão até o momento.
A montadora respondeu ainda que, nos casos em análise até agora “não há qualquer evidência que aponte para uma falha ou um defeito de qualidade nos veículos mencionados”. A regular utilização do automóvel demanda a realização de manutenções preventivas e/ou corretivas, segundo a companhia.
“A Stellantis aproveita a oportunidade para informar que alterações em fluidos, peças de desgaste natural e/ou acessórios são processos evolutivos.” E reiterou que “se responsabiliza por inconvenientes que ocorram dentro do período de vigência da garantia contratual dos carros e que tenham realizado o plano de manutenções programadas, conforme previsto no manual do proprietário”.
Recall – Para o Procon-SP deveria haver um recall, independentemente do número de veículos afetados, já que se trata de risco à segurança e saúde do condutor. Além disso, falha na informação sobre o uso correto do produto também pode ser determinante na realização de uma campanha.
A entidade assinalou que números relatados pela montadora apontam que dos 450,8 mil veículos que se encontravam dentro da garantia em 2020 no País, 302 foram atendidos em razão do problema e, em 2021, das 502,4 mil unidades, 207 apresentaram essa questão. A Stellantis, no entanto, não considera, por ora, a abertura de recall.
“O caso será encaminhado para a equipe de fiscalização para análise mais aprofundada e eventuais providências”, disse o órgão, em nota.
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