São Paulo – O fantasma dos semicondutores voltou a rondar a fábrica da Volkswagen Anchieta, em São Bernardo do Campo, SP: desta vez cerca de 2 mil operários da linha de produção ficarão em casa, de 18 a 22 de abril, por falta de peças. Nesta mesma semana não haverá produção em Taubaté, SP, mas por razão distinta: a unidade está sendo modernizada para receber novo projeto.
A informação sobre a parada não programada, dada pelo Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, foi confirmada pela empresa: o retorno dos profissionais do chamado shutdown, folga com desconto no banco de horas, ocorrerá no dia 25.
Recentemente o segundo turno de produção ficou suspenso por três meses na unidade, devido à falta de semicondutores. Foi retomado em março.
O volume de trabalhadores que emendarão os feriados da páscoa e de Tiradentes equivale a 25% do efetivo da unidade da Anchieta, composto por cerca de 8 mil profissionais, e à metade do chão de fábrica, que conta com 4 mil metalúrgicos. No local são produzidos Nivus, Virtus, Polo e Saveiro. De acordo com o sindicato os modelos mais afetados são os três primeiros por terem mais tecnologia embarcada e, portanto, demandarem mais chips. Estão em falta, no momento, além dos semicondutores, pneus e rádios.
Em Taubaté, onde são produzidos Gol e Voyage, a Volkswagen retomou o segundo turno em 4 de abril, após dois meses de lay off. Ali também não haverá produção esta semana, mas a parada na unidade, que emprega 3 mil trabalhadores, será para a adequação de linha de produção, pois prepara-se para receber nova família de compactos do projeto Polo Track, sobre a plataforma MQB, que será lançada em 2023.
A montadora informou que, além do feriado municipal do dia de são Benedito, celebrado na segunda-feira, 18, haverá shutdown dias 19, 20 e 21, e o feriado de Tiradentes foi postergado para 22, conforme combinado no acordo coletivo. O retorno ocorrerá no dia 25.
Em São José dos Pinhais, PR, onde a Volkswagen fabrica o T-Cross, foi protocolado lay off, no fim de março, para que a partir do mês que vem empregados do segundo turno possam ficar afastados por até oito meses. A montadora, porém, ainda não divulgou a data de seu início, ao assinalar que “mais próximo à data prevista teremos a confirmação da necessidade de adoção da ferramenta de flexibilização”.