São Paulo — Os concessionários de veículos pesados, representados por Joel Alberto Beckenkamp, presidente da Associação Brasileira de Concessionários Mercedes-Benz, e por Guilherme Avellar, presidente da Associação Brasileira de Concessionários Volkswagen Caminhões e Ônibus, revelaram, durante o Congresso AutoData Veículos Comerciais, os desafios que enfrentam para comercializar veículos e atender a todas as demandas de pós-vendas.
No showroom o atraso de produção afeta as entregas para os clientes do varejo, que começam a ficar receosos com a situação e sofrem mais com o aumento de preço repassado pelas montadoras, assim como a alta nos juros para financiamento, e não conseguem repassá-lo para quem contrata o transporte. Nas concessionárias Volkswagen o cenário de estoque e prazo de entregas começa a melhorar, mas ainda está distante do ideal:
“Temos um pequeno número de modelos em estoque, superamos o pior momento, mas ainda estamos distante do volume pré-pandemia, quando a rede possuia ampla linha de produtos estocados. Em alguns segmentos temos um modelo ou outro para pronta entrega, dependendo da configuração que o cliente deseja, ou com entrega para trinta dias. O problema surge quando a compra é de volume maior, caso de cinco ou dez unidades”.
Nas concessionárias Mercedes-Benz a situação é parecida, de acordo com Beckenkamp: “Ainda não retornamos ao volume de estoque pré-pandemia e, por isso, não conseguimos trabalhar com pronta entrega. As programações são necessárias. Algumas revendas possuem modelos em estoque, mas a grande demanda do mercado é por caminhões que não possuímos”.
Dessa forma os pedidos que os concessionários recebem, na maioria dos casos, estão sendo programados para o segundo semestre, com prazos que variam de acordo com os modelos.
A falta de peças e de componentes para produção também reflete no atendimento da área de pós-vendas. Os dois concessionários revelaram que existe um grande trabalho para atender os clientes, que na maioria dos casos possuem contratos de manutenção assinado. Ambas as empresas focam em atender seus clientes para que os veículos não parem de rodar.
Ocorrem casos específicos, observou Avellar, para os quais a revenda não possui a peça em estoque e, nesses casos, um contato direto com a fábrica é realizado para atender ao cliente o quanto antes e não deixar o veículo parado por muito tempo: “Às vezes há peça que estava programada para ser usada na linha de produção que acaba sendo enviada para uma concessionária porque a prioridade é o cliente do pós-vendas”.