São Paulo – Os oito primeiros dias de maio surpreenderam a indústria automotiva com média diária de vendas de 8,4 mil automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus, montante que supera em 10% o comercializado diariamente em todo abril, de 7,8 mil unidades, e também o todo março, com 7 mil veículos, em 20%.
Foi o que destacou Márcio de Lima Leite, novo presidente da Anfavea, em sua primeira coletiva de imprensa, na terça-feira, dia 10. O dirigente reafirmou que, por ora, não há a intenção de alterar expectativas para o fechamento de 2022, principalmente porque os números têm reagido.
“Temos visto recentemente o melhor momento dos últimos meses, então não vamos rever projeções por enquanto. O crescimento do mercado tem se demonstrado bastante consistente, o que nos leva a agir com alegria, mas também com cautela. Não podemos deixar de comemorar, em meio a tantos fatores que afetam o setor, como pandemia, semicondutores e juros altos em torno de 30%, que têm afastado consumidores.”
Márcio de Lima Leite
Segundo Leite, embora quando analisada a média diária de abril de 2021 se tenha 8,8 mil unidades vendidas, e a de maio, com 9 mil unidades, a média do ano passado ficou em 8,4 mil, ou seja, é a mesma atingida em maio deste ano até o dia 8.
Em abril foram emplacados 147,2 mil veículos, praticamente o mesmo volume de março, com 146,8 mil unidades, leve alta de 0,3%. Com relação a abril do ano passado, quando foram licenciados 175,1 mil veículos, ainda se tem queda de 15,9%.
No quadrimestre foram comercializadas 553 mil unidades, 21,4% menos do que em igual período de 2021, que contou com 703 mil emplacamentos. Também ainda está aquém de janeiro a abril de 2020, com 614 mil licenciamentos, e de 2019, com 840 mil.
“Apesar desses comparativos, temos tudo para que o crescimento do mercado se confirme. O número de abril é espetacular e o de maio supera o de abril. Se mantiver esse avanço a situação só vai melhorar.”
Leite assinalou que o maior desafio agora é entender a demanda efetiva do mercado quando a questão dos semicondutores for regularizada, assim como a do custo Brasil, que onera e muito as operações.