São Paulo – O grande desafio da Anfavea, após o mercado brasileiro registrar, em maio, o melhor mês em vendas do ano, com 187,1 mil unidades, é identificar se existe queda na demanda por veículos. Como muitos emplacamentos do mês ainda refletem pedidos de meses atrás, cujas entregas ficaram represadas por causa da crise de abastecimento, ainda não é possível medir o mercado atual. Mas o presidente Márcio de Lima Leite enxerga uma mudança no perfil dos licenciamentos.
“Vemos que existem algumas mudanças na demanda, como uma procura menor de pessoas físicas em determinados segmentos, enquanto outros, com nível de conteúdo e preços mais altos, com menor dependência de crédito, avançam, assim como as compras realizadas por frotistas e locadoras. Até agora a realidade nos mostra que existe demanda para novos pedidos”.
Mesmo com perspectiva positiva com relação a novos pedidos o presidente ressaltou, mais uma vez, o olhar atento para o avanço das taxas de juros para financiamentos, buscando entender quais serão os reflexos nos próximos meses.
Os emplacamentos em maio somaram 187,1 mil unidades, leve recuo de 0,9% sobre o mesmo mês do ano passado. Com relação a abril houve avanço de 27%, que segundo Leite foi bastante impressionante, apesar das dificuldades encontrada na produção, nas taxas de juros e no acesso ao crédito.
A média diária foi de 8,5 mil unidades/dia, superando a média de 2021 de 8,4 mil veículos emplacados por dia, volume que poderia ter sido maior, de acordo com o presidente, caso a produção da indústria permitisse. A expectativa para os próximos meses é a de que o setor mantenha esse crescimento, recuperando a queda do começo do ano. Na comparação com janeiro, quando a média era de 6 mil unidades/dia, houve expansão de 41,7% no volume diário comercializado.
Em maio os estoques fecharam em 123 mil unidades, suficientes para abastecer o mercado durante vinte dias. Em abril esse volume era de 128,9 mil veículos para 21 dias, pequena retração considerada como estável pelo presidente.
Mesmo com a boa recuperação em maio o setor automotivo ainda acumula queda de 17% nos cinco primeiros meses do ano, com 739,8 mil emplacamentos. A expectativa da Anfavea é de que essa retração seja recuperada no segundo semestre, atingindo sua projeção de crescimento de 8,5% nas vendas.