Presidente Sergio Habib aposta suas fichas no segmento de comerciais elétricos
São Paulo – Com um crescente portfólio de caminhões elétricos, todos importados da China, a JAC pretende já em 2023 vender mais veículos comerciais do que automóveis, segundo seu presidente Sergio Habib. “A projeção mais conservadora é de 1 mil unidades comercializadas. Esse ano, apenas com o 7,5 e 8,5 toneladas, vamos vender 500 veículos”.
Na Fenatran a empresa lançou o E-JT 18.0, com 18 toneladas de PBT e com possibilidade de, com um terceiro eixo, ampliar para 26 toneladas o PBT. Assim seu portfólio passou a variar de caminhões de 7,5 a 26 toneladas.
O novo caminhão alcança até 350 quilômetros de autonomia com carga máxima e é direcionado a diversos segmentos, como os de distribuição urbana de bebidas e coleta de lixo – faixa de mercado que tem potencial de crescimento com as prefeituras exigindo a renovação dos veículos a diesel por elétricos. Também haverá demanda do segmento rodoviário, segundo Habib, de empresas que rodam cerca de 300 quilômetros de um centro de distribuição para o outro.
Após a Fenatran o veículo será emprestado para teste em algumas empresas, que deverão fechar os pedidos a partir de janeiro, com as primeiras unidades previstas para chegar ao Brasil em maio ou junho.
Durante a feira a empresa também apresentou ao público sua nova picape, a E-JP8. Com 300 quilômetros de autonomia, terá preço muito próximo ao de uma picape diesel topo de linha. Habib disse que o volume de vendas ainda é uma incógnita, porque o usuário de picapes costuma viajar muito. Ele acredita que a maior demanda deverá ser de empresas que utilizam picapes para serviços diários e de clientes que possuem picapes, mas não viajam com tanta frequência.
A van E-JV 7L, outra novidade da Fenatran, é dedicada às entregas urbanas mas não terá vida fácil segundo o executivo, que enxerga que neste segmento uma parte dos clientes não roda mais do que 80 km/dia. Dessa forma, segundo Habib, o TCO, custo total de operação, não fecha.
Ele acredita que as empresas que investirão neste veículo são as que possuem compromissos de redução de emissões e comporão parte da sua frota com veículos elétricos: “Os juros altos para financiamento também devem afetar um pouco as vendas neste segmento porque fica mais caro para pagar o custo maior do veículo”.
No segmento de automóveis e comerciais leves a sua expectativa é de que as vendas girem em torno de 1 mil unidades, mas abaixo do volume de caminhões: “Esse mercado ainda é pequeno no País, cerca de seiscentas unidades por mês. Hoje somos a segunda marca que mais vende, atrás apenas da Volvo, e queremos manter posição no ano que vem”.
Com relação ao mercado total de automóveis e comerciais leves em 2023 Habib aposta em uma pequena queda com relação ao volume de 2022, por causa do menor poder de compra dos brasileiros, do preço elevado dos veículos e da alta nos juros para financiamentos. Já no segmento de veículos comerciais a queda deverá ser maior, de 20% a 25%, por causa da mudança para o Euro 6, que deixará os veículos, em média, 15% mais caros, cenário que deverá se normalizar em 2024, aposta o empresário.