Capacitação será realizada na Ford Academy, espaço que fica dentro do Senai Ipiranga
São Paulo — Diante da inevitável transição tecnológica à qual o setor automotivo vem se adaptando, a fim de produzir veículos cada vez mais conectados, a indústria esbarra em uma dificuldade que só tende a aumentar com o passar do tempo: a escassez de mão de obra qualificada para suprir a também crescente demanda.
Pensando nisso a Ford lançou, em parceria com o Senai Ipiranga, em São Paulo, programa de responsabilidade social que qualificará duzentos jovens de baixa renda no ano que vem, ao longo de seis meses, com o objetivo de capacitá-los para que possam ingressar no mercado de tecnologia da informação, mais especificamente para trabalhar com front end, que é o desenvolvimento de interface gráfica, ou seja, a parte visual de um site e com a qual o usuário interage.
O propósito por trás da iniciativa é também desenvolver o S, que é a parte social, do ESG, que inclui a responsabilidade ambiental e a governança corporativa. De acordo com Rogelio Golfarb, vice-presidente de relações institucionais da Ford América do Sul, “as pessoas estão comprando toda a jornada do produto e não somente ele, assim como os valores da empresa”.
Golfarb complementou que a empresa exporta tecnologia a partir do Brasil e que, portanto, sente na pele que a capacitação profissional é um grande desafio.
Segundo a Ford, com base em pesquisas recentes, a cada cinco empregadores, quatro relatam dificuldade para preencher vaga qualificada. E em 40% do total das respostas, a área que lidera esse percalço é a de TI. Nos próximos cinco anos a demanda por novos talentos no segmento chegará a quase 800 mil vagas. Considerando que o País consiga empregar 265 mil profissionais até lá haverá um déficit de mais de meio milhão de profissionais.
O foco do programa, batizado de Ford <Enter>, é ensinar pessoas a partir de 18 anos, com ensino médio completo, que morem na Região Metropolitana de São Paulo e que possuam renda mensal familiar de até quatro salários mínimos.
A iniciativa que formará programadores inclui, além do ensino do conteúdo tecnológico, aulas de inglês técnico e capacitação comportamental a fim de preparar esse profissional para o mercado de trabalho de forma completa. Isso porque dificuldade adicional nesse ramo é que, muitas vezes, o empregado domina o conhecimento técnico mas não sabe se comportar, o que acaba levando à sua demissão.
Ao fim do curso os jovens poderão, se desejarem, obter formação adicional em back-end, que é o que está por trás do site, a que o usuário não tem acesso direto e onde, portanto, ele não consegue interagir. As aulas serão presenciais e será oferecida bolsa-auxílio de R$ 350 para evitar evasão e ajudar a custear o transporte. Haverá alimentação no local. As inscrições para a primeira turma de oitenta alunos ficam abertas até 6 de janeiro pelo www.fordenter.ford.com.
“Queremos ser a ponte entre o mercado aquecido e que não encontra profissionais e pessoas que querem trabalhar, mas não têm qualificação.”
Com o diploma em mãos eles serão encaminhados ao mercado de trabalho. Golfarb assinalou que o objetivo do programa é treinar e empregar: “Se eles não estiverem empregados nossa missão não terá sido cumprida. E isso inclui a possibilidade de serem empregados na própria Ford”.
A expectativa é, segundo ele, replicar essa iniciativa em outras localidades na América do Sul e inspirar outras empresas a copiarem o modelo.
Central de monitoramento alerta proprietário sobre ocorrências e o orienta na tomada de decisões
Ford Academy — A sede do Ford <Enter>, dentro do Senai Ipiranga, é o Ford Academy, apresentado à imprensa na quarta-feira, 30. O local, com mais de 1 mil m2, inclui, além das salas de treinamento, ambientes para testar novas tecnologias e apresentar protótipos e espaço para realizar reuniões. Abriga também a central de engenharia de serviços e conectividade da marca que dão suporte, por exemplo, ao Ford Pass, que conecta toda a rede concessionária e de serviços da marca.
Antônio Baltar Júnior, diretor de marketing, vendas e serviços da Ford América do Sul, disse que o local serve como o cérebro da companhia, para mapear dados e melhorar a experiência do consumidor, além de imergir nos valores da empresa e capacitar também colaboradores e parceiros.
A intenção da marca é lançar mão de portfólio cada vez mais conectado e transformar a experiência do consumidor, que quer transparência e rapidez, segundo Baltar Jr:
“E não dá para falar em transformação sem incluir o Senai, que é vetor na propagação de conhecimento. Não estamos na bolha, mas perto de nossos concorrentes. É um espaço de troca de informações também”.
Ele contou que, hoje, 90% das vendas do Bronco começam e terminam na internet. E que o Ford Pass, presente em 30 mil carros em circulação no País, proporciona essa agilidade. A equipe por trás da ferramenta está instalada no Ford Academy.
Por exemplo: o carro emite alertas, muitos dos quais sobre coisas que o cliente nem percebe, como pneu estourado e vazamento de óleo. Ele recebe notificação no aplicativo com tutorial sobre como solucionar a questão, e se isso não puder ser feito por ele que vá até uma concessionária – e qual é a mais próxima. Se ocorrer algo grave o atendente liga para proprietário dizendo que enviará um guincho para o local.