No ano que vem uma picape Poer reestilizada e um SUV inédito sairão das linhas
Iracemápolis, SP – O vice-presidente Geraldo Alckmin anunciou hoje que em 1º de maio do ano que vem terá início a produção da Great Wall Motor no Brasil. No galpão ainda quase vazio, onde o então governador inaugurou a produção de carros Mercedes-Benz, o agora vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, em companhia dos executivos da fabricante de origem chinesa, também revelou um dos dois modelos que será produzido no País: uma picape Poer.
“O carro exerce fascínio nas pessoas. E a fábrica é um sonho de todos nós. Traz tecnologia, empregos, gera valor. Isso muda a realidade de um País. É isto que estamos vendo hoje aqui.”
Já James Yang, presidente da GWM para as Américas, disse que “esta picape híbrida flex será a nossa primeira contribuição para a reindustrialização que o Brasil almeja. Queremos substituir nossos veículos importados por modelos fabricados aqui”.
A unidade de Iracemápolis será fechada a partir de agora à esperada da chegada de todo o equipamento necessário para a manufatura nacional. Serão produzidos inicialmente uma versão reestilizada desta picape da grife Poer e um SUV ainda inédito. Esses dois modelos compartilharão a plataforma a partir do chassi do Tank 300. Também utilizarão dois motores elétricos [um em cada eixo] e motor 2.0 turbo flex “desenvolvido no Brasil”, como disse o COO Oswaldo Ramos.
A primeira etapa da produção nacional receberá R$ 4 bilhões de investimento, que estão sendo utilizados tanto em iniciativas como a criação de uma cadeia de hidrogênio verde no País, a preparação da fábrica, a contratação de até 2 mil funcionários e, claro, o desenvolvimento da tecnologia híbrida-flex, dentre outras necessidades para a implementação de uma nova marca no Brasil.
Iracemápolis tem capacidade nominal de produção de 40 mil unidades/ano mas inicialmente partirá com somente 20 mil. A intenção da GWM é que sejam produzidos no Brasil 100 mil veículos em dez anos, quando termina o ciclo de R$ 10 bilhões de investimento com recursos próprios no País.
A picape camuflada mostrada tem o mesmo comprimento das tradicionais Toyota Hilux, Chevrolet S-10, Volkswagen Amarok e Ford Ranger. Oswaldo Ramos disse, no entanto, que é mais larga e um pouco mais alta que as futuras rivais: “Temos uma oportunidade porque até agora não há uma picape 4X4 híbrida. Nem híbrida-flex”.
A camuflagem atendeu aos cuidados diante de uma reestilização não apenas no visual externo: “Haverá mudanças sobretudo na dianteira e na traseira e também uma grande atualização do interior, com muita tecnologia, numa versão específica para o Brasil”.
Ainda não está definido qual será o primeiro modelo que sairá da linha. Mas o presidente James Yang deu uma dica: “A GWM nasceu com picapes. É líder em picapes na China. Por isto, no Brasil, produziremos inicialmente um SUV. E uma picape”.